"A Comissão da CEDEAO observou os recentes eventos que ocorreram no Banco Africano de Desenvolvimento, que decorreram das alegações de um grupo de funcionários contra o presidente do Grupo do BAD, Akinwumi Adesina", lê-se numa mensagem colocada no Facebook.
Estes desenvolvimentos, acrescenta a publicação, "incluem os inquéritos subsequentes conduzidos pelo Comité de Ética, que teria ilibado Adesina de qualquer acto repreensível, as reservas expressas posteriormente sobre os resultados das referidas investigações, e a declaração de governadores do Conselho de Governadores do Banco".
Em causa está a denúncia anónomia feita por um grupo de funcionários relativamente a contratações de familiares e amigos, nepotismo na gestão do banco e favorecimento de cidadãos da Nigéria, país de que é originário o presidente do banco.
"A Comissão da CEDEAO apoia o respeito pelas Regras e Procedimentos em vigor na realização de inquéritos em qualquer instituição; por conseguinte, a Comissão da CEDEAO toma nota das conclusões do Comité de Ética da BAD e reafirma o seu apoio à candidatura de Akinwumi Adesina para a Presidência do BAD, também apoiada pela União Africana, e apela a todos os Estados-Membros e os accionistas do Banco para que apoiem a candidatura de Adesina para um segundo mandato", conclui-se na nota colocada no Facebook.
A CEDEAO é composta de 15 países, entre os quais Cabo Verde.
O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, anunciou esta semana que apoiaria uma reeleição do actual dirigente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), o compatriota Akiwumi Adesina, apesar das acusações de prevaricação.
Adesina, antigo ministro da Agricultura da Nigéria, pretende um segundo mandato como chefe da instituição financeira.
Numa reunião em Abuja, Buhari garantiu a Adesina que o apoiaria "fortemente”, refere um comunicado publicado pelo gabinete do Presidente nigeriano e citado pela agência France-Presse (AFP).
“O Presidente [Buhari] prometeu que a Nigéria trabalhará com todos os funcionários e accionistas do BAD para permitir que Adesina seja eleito para um segundo mandato, com base no seu histórico”, acrescentou a presidência.
A Nigéria é o maior accionista do BAD e Adesina é o primeiro nigeriano a liderar a instituição desde a sua criação, em 1964.
Depois de examinar as alegações "ponto por ponto", o comité concluiu que "a queixa não é baseada em nenhum facto concreto e sólido", de acordo com a conclusão da investigação, que data de 26 de Abril, e foi consultada pela agência de informação financeira Bloomberg.
Akinwumi Adesina, de 60 anos, é o único candidato à liderança do banco para os próximos cinco anos - a decisão deverá ser tomada numa reunião de accionistas no final de Agosto -, e tem repetidamente negado as acusações de que é alvo por parte do grupo de funcionários do banco, com sede em Abidjan.
Também nas últimas semanas, o banqueiro tem recebido vários apoios, entre os quais está o do chefe de Estado da África do Sul e presidente em exercício da União Africana, Cyril Ramaphosa, e da antiga Presidente da Libéria Ellen Johnson-Sirleaf, que o elogiaram pelos esforços para garantir financiamento para o combate à pandemia da COVID-19, e também do ministro das Finanças da Guiné Equatorial, César Abogo, e do representante norte-americano no BAD, Harold E. Doley Jr.
O BAD é o maior banco multilateral e tem um 'rating' de triplo A das três maiores agências de rating - Moody's, Standard & Poor's e Fitch –, tendo como accionistas 54 nações africanas e vários países fora do continente, entre os quais está Portugal e, mais recentemente, a Irlanda do Norte, que anunciou há semanas a sua entrada como accionista.