Porque não há, ainda, um presidente eleito nos EUA?

PorExpresso das Ilhas,5 nov 2020 12:05

A votação para a escolha do Presidente dos EUA terminou na terça-feira mas dois dias depois ainda não se sabe se Donald Trump continua a ocupar o cargo ou se Joe Biden será o próximo ocupante da Casa Branca.

A espera aponta a BBC na sua edição brasileira, pode durar vários dias ou até semanas.

Em eleições anteriores, apesar de os resultados totais ainda não estarem apurados, já havia projecções sobre quem ocuparia o cargo de Presidente dos EUA. Mas a pandemia veio alterar tudo e fez aumentar o número de votos enviados por correio. A BBC Brasil estima que “cerca de 100 milhões de americanos tenham votado antecipadamente, um número sem precedentes na história do país”. A este factor soma-se o facto de cada Estado ter regras diferentes para processar e contar esses votos.

Tudo isto impede que Trump ou Biden possam declarar vitória.

Donald Trump recorreu aos tribunais em três estados - Michigan, Pensilvânia e Geórgia - e apoiantes dos dois candidatos à presidência manifestam-se nas ruas: do lado do incumbente para tentar para a contagem dos votos; do lado do pretendente, para que todos os boletins sejam escrutinados. Enquanto isso, milhares de pessoas continuam nas mesas de voto a trabalhar acabar a contagem dos votos.

Actualmente, e segundo os últimos dados revelados pela Associated Press, Biden lidera com 264 votos do colégio eleitoral, a 6 dos 270 necessários para poder ser declarado presidente. Trump parece estar mais longe, com 214 votos confirmados, mas ainda tem hipóteses de renovar o mandato.

“Contas feitas, tendo por base as especificidades de cada estado ainda em aberto, o presidente dos EUA pode ser conhecido apenas no fim da próxima semana, quando todos os votos estarão contados ou recebidos”, aponta o Jornal de Notícias que, também refere que ainda há a possibilidade de se saber, até amanhã, quem vai ocupar a Casa Branca nos próximos quatro anos. Mas isso só acontecerá se o Democrata Joe Biden conseguir vitórias, consideradas históricas por diversos analistas, em Estados tradicionalmente Republicanos e, por isso, apoiantes de Donald Trump.

Assim, cinco Estados são essenciais para as pretensões de cada um dos candidatos. No Arizona, depois de na quarta-feira tudo parecer pender para o lado de Joe Biden, assistiu-se a uma recuperação de Donald Trump e tudo voltou a ficar incerto.

Neste Estado o condado de Maricopa começa a assumir uma preponderância grande tendo em conta que se, ontem, Biden liderava com mais de 75 mil votos de vantagem hoje essa distância diminuiu para menos de 11 mil votos. Com 86% dos votos contados, Biden lidera, a nível estadual, com menos de três pontos percentuais de vantagem (50,5% contra 48,1% de Trump). Anova actualização no Arizona está prevista para as 21 horas, hora da costa leste dos EUA, uma da madrugada em Cabo Verde.

A acontecer a vitória de Biden trata-se de uma viragem histórica uma vez que os Democratas não vencem naquele Estado desde 1992.

Na Georgia a contagem de votos prossegue e só deve estar concluída ao final da tarde. Se ontem a vantagem de Trump em relação a Biden chegou a ser aparentemente inultrapassável, hoje é de 0,4%, ou seja, o ainda presidente tem pouco mais de 20 mil votos de vantagem sobre o seu concorrente.

Noutro Estado, neste caso na Pensilvânia, a vantagem favorável a Trump é maior. Os dados apurados até agora e divulgados pela Associated Press mostram dão ao candidato Republicano 50,7% dos votos enquanto o candidato Democrata tem 48,1%. Em disputa estão 20 lugares no Colégio Eleitoral que nomeia o próximo presidente.

Na Pensilvânia há ainda 800 mil votos por contar e ambos os candidatos dizem esperar uma votação extraordinária nos boletins que chegaram pelo correio. A imprensa norte-americana destaca que há centenas de milhares de votos por contar em Filadélfia e nos subúrbios desta cidade, a maior do estado da Pensilvânia, e que podem pender fortemente para Biden, quando estão contados 89% dos votos.

Por último há ainda a disputa na Carolina do Norte. Com 95% dos votos contados Trump está na frente da corrida aos 15 lugares que este Estado tem no Colégio Eleitoral com 50,1%. Biden conta com 48,7%. Tudo aponta que estes votos dificilmente escaparão a Trump caindo assim por terra as aspirações dos Democratas em conquistar este Estado que votou no Partido Republicano em nove das 10 últimas eleições – a excepção foram as eleições de 2008 quando Obama ali venceu. 

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Autoria:Expresso das Ilhas,5 nov 2020 12:05

Editado porAndre Amaral  em  10 ago 2021 23:21

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