A equipa jurídica do antigo chefe de Estado apresentou um requerimento junto do Tribunal Constitucional da África do Sul em que solicitou a cessão da sentença, segundo a estação de televisão pública SABC, citada pela agência Efe, e um pedido urgente na cidade de Pietermaritzburg, na província de KwaZulu-Natal, onde Zuma vive, para suspender a obrigação de se entregar à polícia antes do próximo domingo.
"São o meu estado de saúde instável e a minha vida que estão a ser ameaçados por esta ordem de detenção", refere o documento enviado por Zuma ao Tribunal Constitucional, segundo um texto recolhido pelo portal noticioso News24.
Dezenas de simpatizantes do antigo chefe de Estado reuniram-se sexta-feira em torno da sua casa para mostrarem o seu apoio.
Esta recente tentativa de Zuma para evitar a prisão contrasta com a postura desafiante que tomou nos últimos meses contra o poder judicial sul-africano.
Se Jacob Zuma não se render às autoridades até domingo, a polícia ficou intimada a prendê-lo, tendo três dias para o fazer, e a conduzi-lo a uma prisão onde cumprirá os 15 meses de prisão efetiva.
O Tribunal Constitucional sul-africano condenou na terça-feira Jacob Zuma, de 79 anos, a 15 meses de prisão por desrespeito ao tribunal, ao recusar repetidamente cumprir a citação que lhe exigia o testemunho em investigações de actos de corrupção que o envolviam.
A sentença lida no mais alto tribunal do país pela sua presidente em exercício, juíza Sisi Khampe, afirma que Zuma procurou minar a autoridade do poder judicial com "egrégio" e "ataques calculados", pelo que o Tribunal Constitucional não teve "outra opção" senão enviar uma "mensagem retumbante", para garantir o Estado de direito e a confiança da sociedade nos tribunais.
Esta é a primeira vez na história da África do Sul que um ex-presidente, que ocupou o cargo entre 2009 e 2018, é condenado a uma pena de prisão.
Zuma está a enfrentar outros problemas legais, nomeadamente, em tribunal, acusações relacionadas com subornos, que alegadamente terá recebido durante um negócio de aquisição de armas pela África do Sul em 1999.
O ex-presidente declarou-se inocente das acusações e os seus advogados solicitaram a demissão do procurador principal no seu caso, por alegada parcialidade contra Jacob Zuma.