Segundo o general Kenneth McKenzie, os Estados Unidos estão prontos para "continuar com o apoio de alto nível" às forças afegãs "nos próximos dias", se os talibãs "continuarem os seus ataques".
"Vou ser claro, o Governo do Afeganistão será severamente testado nos próximos dias. Os talibãs estão a tentar tornar a sua campanha inevitável, mas estão enganados. A vitória dos talibãs não é inevitável", afirmou McKenzie.
Os talibãs apropriaram-se há três meses de grande parte do Afeganistão rural, numa ofensiva contra as forças afegãs que coincidiu com o início da retirada definitiva do contingente internacional do país, agora quase finalizada.
Até agora, as forças afegãs ofereceram pouca resistência e controlam basicamente as capitais provinciais e as estradas principais.
Hoje, cerca de 22 mil famílias abandonaram as suas casas após combates nos subúrbios de Kandahar, cidade no sul do Afeganistão e "berço" dos talibãs.
As quase 22 mil famílias representam perto de 150 mil pessoas, uma vez que as estatísticas locais estimam que no Afeganistão um agregado englobe, em média, sete pessoas.
No sábado, as autoridades afegãs decretaram recolher noturno obrigatório em todo o território, com exceção de três províncias, incluindo a de Cabul.
Os talibãs tiveram o seu apogeu no Afeganistão quando o seu regime insurgente, baseado numa interpretação ultrarradical do Islão, governou o país entre 1996 e 2001.
Expulsos do poder por uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, depois de recusarem entregar Osama bin Laden, chefe da Al-Qaida, na sequência dos ataques de 11 de setembro de 2001, os talibãs lideraram uma revolta contra as novas autoridades de Cabul que beneficiavam do apoio da comunidade internacional.
A mais recente ofensiva contra as forças afegãs começou em maio.