A Presidência turca disse que os dois governantes tinham "discutido medidas para melhorar as relações" entre Ancara e Moscovo.
O Kremlin (Presidência russa) indicou, por sua vez, que os dois líderes tinham "confirmado a intenção de reforçar a parceria mutuamente benéfica entre a Rússia e a Turquia".
Moscovo adiantou, porém, que Putin e Erdogan tinham "também discutido questões internacionais", incluindo "as bem conhecidas propostas de estabelecer acordos legalmente formalizados, que garantiriam a segurança da Federação Russa", bem como "a situação no Cáucaso e as questões da resolução das crises na Síria e na Líbia".
A Rússia e a Turquia mantêm uma relação de parceria, apesar de interesses divergentes ou concorrentes em vários cenários geopolíticos, como é o caso na Síria e na Líbia, onde são actores importantes.
Os dois países estiveram também na sombra de um recente conflito armado no Cáucaso no enclave Nagorno-Karabakh, palco de disputas entre o Azerbaijão e a Arménia há várias décadas.
As tensões entre Moscovo e Ancara aumentaram recentemente devido à crise na Ucrânia, com Putin a criticar o seu homólogo turco por fornecer ao exército de Kiev 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) armados, utilizados contra os separatistas pró-russos no leste ucraniano.
Além disso, num momento em que o Ocidente se preocupa com uma possível intervenção russa na Ucrânia, acusando Moscovo de ter concentrado tropas e veículos blindados perto da zona fronteiriça, Ancara criticou, na semana passada, o Kremlin por fazer exigências "unilaterais" à NATO.
Enquanto negava os planos de invasão da Ucrânia, a Rússia revelou, a 17 de Dezembro, propostas de tratados para limitar a influência dos Estados Unidos e da NATO na sua vizinhança.
Os dois textos apresentados preveem a proibição de qualquer expansão desta aliança militar - nomeadamente à Ucrânia - e o estabelecimento de bases militares norte-americanas nos países do antigo espaço soviético.
A questão foi objecto de duas conversas telefónicas, realizadas com um intervalo de menos de um mês, entre Vladimir Putin e o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que ameaça a Rússia com severas medidas de retaliação em caso de uma intervenção militar na Ucrânia.
As propostas de Putin serão igualmente discutidas entre os dois países (Rússia e Estados Unidos) no dia 10 de Janeiro, em Genebra.
Segue-se uma reunião do conselho NATO-Rússia (fórum de diálogo criado em 2002), em 12 de Janeiro, e um encontro entre Moscovo e a Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), previsto para o dia seguinte.
Nos últimos anos, a Turquia, que é membro da Aliança Atlântica desde 1952, suscitou fortes críticas por parte da NATO devido à compra do sistema de mísseis antiaéreos russos S-400.