Durante estas manobras de simulacro, dois pelotões do exército taiwanês entraram em confronto disparando a partir de casas ou de fortificações rurais, enquanto tanques percorriam as ruas de uma cidade falsa numa base militar de Kaohsiung, no sul da ilha.
"Qualquer batalha futura para proteger Taiwan será uma guerra urbana", explicou Kiwi Yang, instrutor da Escola de Infantaria, referindo que a maioria dos 23 milhões habitantes de Taiwan vivem em cidades.
"Os planos de batalha das tropas comunistas chinesas serão invadir desembarcando primeiro nas cidades costeiras. Depois, a luta deverá transferir-se para áreas residenciais e comerciais mais populosas, antes de continuar para as aldeias nas montanhas", disse Kiwi Yang.
Taiwan - onde as tropas nacionalistas chinesas se refugiaram em 1949, após terem sido derrotados pelos comunistas - é considerada por Pequim como uma província rebelde que deverá voltar a juntar-se ao país, pela força, se necessário.
A China tem intensificado a pressão militar sobre o território desde que a presidência em Taiwan foi assumida por Tsai Ing-wen, em 2016, com um partido tradicionalmente a favor de uma declaração formal de independência - uma linha vermelha, para o Governo chinês.
Nos últimos meses, a aviação chinesa intensificou as incursões na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan: no total, 970 aviões fizeram este tipo de incursão em 2021, contra 380 em 2020.
O Exército de Libertação do Povo Chinês (ELP) também realizou manobras militares, simulando uma invasão da ilha, em que foram mobilizados centenas de soldados e dezenas de tanques em exercícios de guerrilha urbana.
Analistas militares, porém, destacam as dificuldades que o exército chinês enfrentaria para lançar uma invasão terrestre em Taiwan, uma ilha com um relevo montanhoso, clima caprichoso e dotada de poucas praias adequadas para um desembarque.