Acordo de livre comércio em África tem de beneficiar todos senão é rejeitado - secretariado

PorExpresso das Ilhas, Lusa,5 jul 2022 11:00

​O líder do secretariado do acordo de livre comércio em África defendeu hoje que o acordo de livre comércio em África tem de beneficiar todos os sectores da população, sob pena de ser rejeitado pelos cidadãos e fomentar extremismos políticos.

Wamkele Mene fez o alerta na sua intervenção na Cimeira 'Africa Investment Risk', que decorre hoje em Londres.

"Temos de garantir que a implementação do acordo de livre comércio em África [AfCFTA, no original em inglês] vai beneficiar todas as pessoas, garantindo benefícios inclusivos, senão assistiremos ao mesmo que se passou noutras partes do mundo, em que o facto de os acordos comerciais beneficiarem apenas as grandes empresas levou a uma rejeição da própria ideia dos acordos comerciais internacionais", disse.

O secretário-geral do acordo referiu que "a rejeição da globalização em grandes franjas da população ocidental aconteceu porque só as grandes empresas beneficiavam dos acordos comerciais e o resultado disso foi o aparecimento de fundamentalistas fascistas de extrema-direita que levaram à emergência de pessoas como Donald Trump, que diziam oferecer alternativas à globalização e aos acordos comerciais".

"Ao implementar o acordo, temos de estar sempre cientes do impacto que vamos proporcionar, e temos a responsabilidade de inverter esta tendência de nacionalismo e demonstrar que os acordos levam a prosperidade para todos, contribuindo para a industrialização de cada país e da região", acrescentou.

O acordo de livre comércio em África entrou em vigor no princípio de 2021, depois de um adiamento devido à pandemia, e criou o maior bloco regional de livre comércio do mundo, abarcando já 43 países africanos que se comprometeram a reduzir ou eliminar as barreiras alfandegárias e potenciar o comércio intra-africano.

"Já há 43 países que aceitaram as obrigações legais de reduzir barreiras ao investimento, ao comércio em África e assim garantir que o continente se torna globalmente competitivo, afastando-se do modelo económico colonial de simples exportação das matérias-primas", disse Wamkele Mene.

África é habitada por 1,3 mil milhões de pessoas, com um Produto Interno Bruto de 3,4 biliões de dólares (3,3 biliões de euros) e em 2019, das 10 economias com uma taxa de crescimento mais rápida, seis eram africanas, salientou, acrescentando que "30% de todas as reservas mineiras estão em África, que é também onde estão 8% do volume total das reservas de petróleo, 7% do gás natural, com os minerais a valerem 70% das exportações e 28% do PIB em África".

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,5 jul 2022 11:00

Editado pormaria Fortes  em  6 jul 2022 10:55

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