"Todos os níveis". China preparada para "aprofundar" relações com Rússia

PorExpresso das Ilhas, Lusa,28 out 2022 8:01

A China está preparada para "aprofundar" as suas relações com a Rússia "a todos os níveis" e "apoia determinadamente" Moscovo nas dificuldades, garantiu esta quinta-feira o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, ao homólogo russo, Sergei Lavrov.

Apesar das relações turbulentas durante a Guerra Fria, Pequim e Moscovo aproximaram-se muito nos últimos anos, para contrabalançar os Estados Unidos.

O Governo chinês nunca condenou, por exemplo, a invasão russa da Ucrânia e atribui o conflito aos Estados Unidos e à NATO.

Esta quinta-feira, o ministro das Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reiterou o apoio do seu país à Rússia, apesar das críticas ocidentais, noticiou a agência France-Presse (AFP).

"A China apoia determinadamente o lado russo (...) para superar as dificuldades e eliminar a interferência externa", realçou Wang Yi, numa posição manifestada ao homólogo russo, Serguei Lavrov, durante uma conversa telefónica.

O comunicado sobre o diálogo entre os governantes, citado pela televisão pública chinesa CCTV, não menciona explicitamente a Ucrânia.

"A China está disposta a aprofundar os intercâmbios com a Rússia em todos os níveis", garantiu ainda Wang a Lavrov.

Estas declarações são as primeiras após Xi Jinping ter obtido um terceiro mandato de cinco anos após o Congresso do Partido Comunista (PCC), onde reforçou o seu estatuto de líder chinês mais influente desde Mao Tse-tung.

Já no mês passado, Xi Jinping tinha reafirmado o seu apoio ao Presidente russo, Vladimir Putin, apesar das dificuldades enfrentadas pela Rússia no campo de batalha na Ucrânia.

Na altura, o líder chinês garantiu que o seu país estava preparado para trabalhar com Moscovo para apoio mútuo dos seus "interesses fundamentais".

Entretanto, Wang Yi tinha-se encontrado com o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, em Setembro, à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

Este é um sinal de que a China, oficialmente neutra, mas às vezes considerada muito próxima de Moscovo pelos ocidentais, parece querer equilibrar mais a sua posição.

A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.374 civis mortos e 9.776 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,28 out 2022 8:01

Editado porAndre Amaral  em  18 jul 2023 23:28

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