"Pelo bem da unidade do povo de Israel, pelo bem da responsabilidade necessária, peço que ponham fim ao processo legislativo de imediato", afirmou Isaac Herzog, em comunicado, quando o país regista as maiores manifestações de sempre e se encontra à beira de uma greve geral.
"Toda a nação está profundamente preocupada. A nossa segurança, economia, sociedade - todos estão sob ameaça", alertou Herzog. "Acorda agora!"
Na noite passada, Netanyahu demitiu o ministro da Defesa, depois de Yoav Gallant ter pedido publicamente o fim da reforma judicial, na primeira voz crítica do Governo.
A decisão do primeiro-ministro levou mais de 600 mil pessoas para as ruas em protestos maciços e improvisados em várias cidades israelitas.
As universidades de todo o país fecharam "até nova ordem" em protesto e espera-se que os sindicatos apelem para uma greve geral.
A reforma judicial desencadeou uma das mais graves crises internas de Israel, ao unir, em oposição generalizada, líderes empresariais, funcionários judiciais e mesmo militares do país.
Uma aparente calma regressou às ruas do país depois de uma noite de protestos, em que milhares de manifestantes acenderam fogueiras na principal auto-estrada de Telavive, bloqueando a passagem, bem como em outras em todo o país.
A peça central da revisão é uma lei que dará à coligação governamental a última palavra sobre todas as nomeações judiciais. Outras leis podem dar ao parlamento a possibilidade de anular decisões do Supremo Tribunal e limitar a revisão judicial das leis.
Netanyahu e aliados disseram que o plano vai devolver o equilíbrio entre os ramos judicial e executivo e controlar o que consideram ser um tribunal intervencionista com simpatias liberais.
Mas críticos advertiram que as leis vão eliminar o sistema de controlos e equilíbrios de Israel e concentrar o poder nas mãos da coligação governamental, acrescentando que Netanyahu, a ser julgado por acusações de corrupção, tem um conflito de interesses.