Os elementos da unidade em causa, num total de 60, vão ser repatriados, anuncia no comunicado a Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas na República Centro-Africana (Minusca).
"Provas preliminares recolhidas pelo Gabinete de Supervisão Interna da ONU (OIOS, na sigla em inglês) revelaram que 11 membros da unidade, destacados para uma base temporária" da missão no oeste da República Centro-Africana (RCA), "estiveram envolvidos na exploração e abuso sexual de quatro vítimas".
"As provas também apontam para uma falha no comando e controlo dos comandantes sobre o seu pessoal", reforça-se na nota de imprensa.
Imediatamente depois de ter tomado conhecimento das alegações, a Minusca enviou logo uma equipa de intervenção rápida para avaliar as acusações e identificar e ouvir as alegadas vítimas.
Ato contínuo, a Minusca transferiu a unidade em causa para outra base, onde está confinada a casernas, "a fim de proteger as vítimas e a integridade da investigação".
"As vítimas receberam cuidados e apoio imediatos através dos parceiros da missão, de acordo com as suas necessidades médicas, psicossociais e de protecção", salienta a missão da ONU.
A decisão de repatriar toda a unidade tanzaniana "está em conformidade com a resolução 2272 (2016) do Conselho de Segurança, na qual o Conselho de Segurança "apoia a decisão do secretário-geral de repatriar uma unidade militar ou uma unidade de polícia formada quando existem provas credíveis de exploração e abuso sexual generalizado ou sistemático por essa unidade".
O Secretariado das Nações Unidas informou as autoridades tanzanianas das alegações, na sequência das quais Dar-es-Salaam enviou investigadores tanzanianos.
"As autoridades tanzanianas, reafirmando o seu compromisso de tolerância zero em relação à exploração e aos abusos sexuais, registaram a gravidade das alegações e comprometeram-se a tomar as medidas necessárias", acrescenta-se na nota.
"A exploração e o abuso sexual causam danos às vítimas e não são tolerados pelas Nações Unidas. As acções desonrosas de alguns não devem prejudicar os esforços e o trabalho vital de centenas de milhares de soldados da paz em todo o mundo, que trabalham com integridade para salvar e melhorar vidas, muitas vezes arriscando as suas próprias, em condições difíceis e perigosas, para proteger os civis e ajudar a garantir uma paz duradoura", sublinha a Minusca, que conclui continuar "firmemente empenhada na política de tolerância zero do secretário-geral das Nações Unidas em matéria de exploração e abuso sexual".