“Os parceiros humanitários da União Europeia na Ucrânia redireccionaram a sua resposta em curso para prestar assistência vital às populações afectadas, incluindo água potável, alimentos prontos a consumir, assistência monetária e distribuição de equipamento de abrigo. A fim de continuar a apoiar as operações humanitárias no terreno, a UE mobilizou igualmente 500 mil euros adicionais para fazer face às necessidades imediatas resultantes da destruição da barragem de Kakhovka", divulgou o executivo comunitário em comunicado.
De acordo com a instituição, "este montante vem juntar-se aos 200 milhões de euros de ajuda humanitária já atribuídos em 2023 à Ucrânia".
Na sequência da ruptura da barragem de Kakhovka na semana passada e do pedido de ajuda das autoridades ucranianas, a UE está também a mobilizar reservas estratégicas ao abrigo do mecanismo abrigo rescEU, tendo já enviado três estações móveis de tratamento de água para ajudar as autoridades locais a produzir água potável para as pessoas afectadas, de acordo com Bruxelas.
"Cada estação de tratamento de água pode produzir 120 mil litros de água potável por dia, ajudando assim a resolver uma das necessidades mais urgentes da região, o acesso à água potável", explica a instituição.
Ao todo, 16 Estados-membros da UE (Áustria, Bélgica, Bulgária, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Letónia, Lituânia, Holanda, Noruega, Polónia, Espanha e Suécia) ofereceram ainda assistência através do Mecanismo de Protecção Civil da UE, fornecendo camiões-cisterna, bombas de água, barcos, equipamento de salvamento, geradores e outro tipo de ajuda para salvar vidas nas zonas afectadas.
Na terça-feira, num debate no Parlamento Europeu, o vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovkis divulgou que pelo menos 14 Estados-membros já tinham enviado ajuda à Ucrânia, na sequência do colapso da barragem de Kakhovka, número que agora é de 16.
Valdis Dombrovkis precisou que os países em causa enviaram 76 embarcações, mais de 300 bombas de água e mais de 160 mil artigos para abrigar pessoas afectadas pelas inundações.
Em 06 de Junho, a destruição da barragem de Kakhovka, no rio Dniepre, provocou inundações nos municípios vizinhos e suscitou preocupações quanto à central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, situada 150 quilómetros a montante e ocupada pelos russos.
Desde a catástrofe, cuja responsabilidade é atribuída à Rússia por Kyiv e parceiros ocidentais, o nível da barragem desceu rapidamente, passando de 17 para 11,27 metros hoje de manhã, segundo dados recebidos pelos funcionários da Agência Internacional de Energia Atómica.
O rompimento da barragem levou à deslocação de quase 9.000 pessoas no sul da Ucrânia.
A ofensiva militar lançada em 24 de Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).