No seu discurso, o líder da Igreja Católica destacou a necessidade de uma mudança profunda na visão antropológica subjacente à economia e à política, afirmando que medidas paliativas e compromissos tímidos não são suficientes para enfrentar os desafios ambientais.
Também enfatizou a importância de uma ecologia integral, que considera o sofrimento do planeta juntamente com o dos pobres e os problemas da desertificação em paralelo com a crise dos refugiados e das migrações.
Além disso, o Papa ressaltou a contribuição feminina na economia e considerou interessante o envolvimento de Santa Clara de Assis na nova cátedra dedicada à Economia de Francisco na universidade e sublinhou a necessidade de devolver à economia a dignidade que lhe corresponde e evitar que ela caia no mercado selvagem e da especulação.
Em relação ao ensino superior, Francisco expressou sua preocupação com o actual sistema elitista e desigual que permeia as universidades, defendendo que um título académico deve ser visto como um mandato para se dedicar a uma sociedade mais justa e inclusiva.
Nessa linha, encorajou os estudantes a considerarem experiências de serviço fraterno como essenciais durante sua passagem pela universidade.
O Papa finalizou seu discurso inspirando os jovens estudantes a sonharem com uma geração de mestres de humanidade, compaixão e esperança para o planeta e seus habitantes.
A JMJ, que começou na terça-feira e termina no domingo, é considerado o maior evento da Igreja Católica.
O Papa, primeiro a inscrever-se na JMJ, chegou a Lisboa na quarta-feira, e no sábado tem prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima, para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.