Após um impasse de 17 meses, o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan enviou o protocolo de adesão da Suécia aos deputados turcos no final de Outubro.
A Turquia e a Hungria, são os dois últimos Estados dos 31 membros da Aliança Atlântica a bloquearem a entrada de Estocolmo, depois de terem aprovado a entrada da Finlândia, em Março.
A Comissão dos Assuntos Externos da Assembleia turca, que se reúne a partir das 13:00 (09:00 em Cabo Verde), deve analisar o assunto antes de enviar o texto ao plenário.
No caso da adesão da Finlândia, ratificada a 31 de Março, o processo prolongou-se durante uma semana entre estas duas fases.
Erdogan levantou o veto em julho - especificando que a decisão final cabia ao parlamento turco - após meses de pressão sobre os dirigentes suecos, pela "clemência" em relação a refugiados turcos e curdos, acusados de "terrorismo" por Ancara.
O principal obstáculo relaciona-se com o caso dos membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado "organização terrorista" pela Turquia.
O mesmo se passa com os simpatizantes do movimento Gulen, que o Chefe de Estado responsabiliza pela tentativa de golpe de Estado de Julho de 2016 na Turquia.
Entretanto, as profanações do Corão, cujas cópias foram queimadas em solo sueco, contribuíram para dificultar as relações entre os dois países.
O processo de ratificação surge num momento de tensão no Médio Oriente entre a Turquia, país que apoia a causa palestiniana, e os aliados ocidentais da NATO.
O chefe de Estado turco, que denunciou repetidamente os dirigentes israelitas e condenou o bloqueio e os bombardeamentos na Faixa de Gaza, classificou Israel como "Estado terrorista", na sequência da operação militar contra um hospital que alegadamente alberga combatentes do Hamas.
"Amaldiçoamos o governo israelita, mas não esquecemos aqueles que apoiam abertamente estes massacres e aqueles que fazem tudo para os legitimar", acrescentou, referindo-se aos Estados Unidos e a outros países ocidentais que manifestaram apoio a Israel, que lançou uma vasta operação militar, tanto aérea como terrestre, em represália pelos massacres de pelo menos 1.200 pessoas, na maioria civis, a 07 de Outubro, no sul do país.
Durante uma visita a Ancara, no passado dia 06 de Novembro, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken mostrou-se confiante de que a Turquia vai honrar o compromisso sobre a adesão da Suécia à Aliança Atlântica.
A Turquia também usou o processo de adesão da Suécia para obter luz verde dos Estados Unidos para a venda de aviões F-16, de que necessita para modernizar a Força Aérea de Ancara.
O Governo norte-americano não é hostil à venda, mas o Congresso bloqueou a transação, até agora, por razões políticas.
Quanto à Hungria, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu na semana passada que ratificasse a adesão da Suécia "o mais rapidamente possível".