O levantamento, lançado este sábado, Dia Internacional para Eliminação da Violência contra as Mulheres, alerta que o número representa o maior registo anual dos últimos 20 anos.
A informação disponível sobre o último ano sugere que o aumento nos homicídios de mulheres ocorreu apesar de uma diminuição no número total do crime.
Na sua mensagem alusiva a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que a violência contra as mulheres é uma terrível violação dos direitos humanos, uma crise de saúde pública e um grande obstáculo para o desenvolvimento sustentável.
O líder da ONU alerta que o problema é “persistente, disseminado e está a piorar”. Para o chefe da ONU, a violência de género está “enraizada na injustiça estrutural, solidificada por milênios de patriarcado”.
O estudo do Unodc e ONU Mulheres revela que 45% dos casos de homicídios de mulheres são cometidos por familiares ou parceiros íntimos, destacando a realidade perturbadora de que o lar está longe de ser um local seguro para mulheres e meninas.
Em média, mais de 133 mulheres ou meninas foram mortas todos os dias por alguém em sua própria casa. Em contraste, 12% dos homicídios de homens são cometidos em casa.
Segundo as agências da ONU, a verdadeira dimensão do feminicídio pode ser muito maior, pois informações sobre motivações relacionadas ao gênero são insuficientes em aproximadamente quatro em cada 10 homicídios de mulheres.
A diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, avalia que o número alarmante de feminicídios é um lembrete de que a humanidade ainda está a lidar com desigualdades profundamente enraizadas e violência contra mulheres e meninas.