O anúncio, que foi feito praticamente à mesma hora pelos três primeiros-ministros, é justificado com a necessidade de se respeitar a solução dos dois Estados como caminho para a paz.
Os três países juntam-se assim aos mais de 140 países no mundo que já o fizeram.
Na sequência, o Governo dos Estados Unidos declarou hoje que o reconhecimento da Palestina deve envolver negociações directas entre as partes, nomeadamente com Israel.
"O Presidente (norte-americano, Joe Biden) é um firme defensor de uma solução de dois Estados e tem sido ao longo de sua carreira", declarou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos à televisão CNN.
Entretanto, Joe Biden acredita que o reconhecimento de um Estado palestiniano "deve ser realizado através de negociações directas entre as partes" e não "de forma unilateral", referiu o porta-voz.
Já Israel criticou duramente o anúncio do reconhecimento do Estado da Palestina por Espanha, Irlanda e Noruega, considerando que se trata de uma mensagem a favor do terrorismo.
Os três países querem enviar "uma mensagem aos palestinianos e a todo o mundo: o terrorismo compensa", reagiu o chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, citado pela agência francesa AFP.
"Depois de a organização terrorista Hamas ter perpetrado o maior massacre de judeus desde o Holocausto, depois de ter cometido os crimes sexuais mais horríveis que o mundo alguma vez conheceu, estes países optaram por recompensar o Hamas (...) e reconhecer um Estado palestiniano", afirmou.
Katz referia-se ao ataque realizado pelo Hamas em Israel em 07 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades de Israel.
Ao contrário dos Estados Unidos e de Israel, cujas autoridades têm sido muito críticas à decisão destes três países europeus, vários Estados acolheram favoravelmente a medida, especialmente os árabes, para quem esse reconhecimento pode ajudar a criar as condições para colocar um fim ao conflito.
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, afirmou que a "decisão importante" de Espanha, Irlanda e Noruega de reconhecerem o Estado da Palestina os coloca no "lado certo da História".
"Saúdo com grande satisfação o importante passo que a Noruega, a Irlanda e a Espanha decidiram dar sobre o reconhecimento do Estado da Palestina", disse Abul Gheit na rede social X, sublinhando que esses países se colocam "no lado certo da História deste conflito".
"Peço a todos os países que ainda não o fizeram, que sigam o exemplo desses três países no seu passo corajoso e de princípios. Felicito a Palestina por esse desenvolvimento positivo", concluiu o secretário-geral da Liga Árabe, órgão criado em 1945 e que conta actualmente com 22 membros.
Arábia Saudita, Jordânia e Egipto também aplaudiram a decisão de Espanha, Irlanda e Noruega de reconhecer a Palestina como Estado, defendendo que vai ajudar à paz e pedindo à comunidade internacional para avançar no mesmo sentido.
Por sua vez, a Eslovénia anunciou que vai juntar-se em breve ao reconhecimento do Estado Palestiniano, que será oficializado por Espanha, Irlanda e Noruega.