"Desde que não deixemos espaço para mal-entendidos ou erros de avaliação em Moscovo ou noutras capitais de países que nos possam atacar, não existe qualquer ameaça militar contra os países da NATO", disse Stoltenberg em Estocolmo.
O chefe da NATO falava sobre a possibilidade de Moscovo testar o compromisso dos países da aliança de defender um deles em caso de ataque, durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson.
"Não vemos qualquer ameaça militar imediata contra qualquer país da NATO. Por conseguinte, não acreditamos que o nosso artigo 5.º seja posto à prova", insistiu o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
No artigo em causa, "as Partes concordam em que um ataque armado contra uma ou várias delas na Europa ou na América do Norte será considerado um ataque a todas", segundo os termos do Tratado do Atlântico Norte.
No caso de um ataque, cada um dos Estados-membros prestará assistência aos que foram atacados, adoptando medidas, "inclusive o emprego da força armada, para restaurar e garantir a segurança na região do Atlântico Norte".
A Suécia e a Finlândia aderiram à NATO na sequência da guerra da Rússia contra a Ucrânia, iniciada por Moscovo em Fevereiro de 2022, pondo termo à tradicional política de neutralidade dos dois países nórdicos.
As declarações de Stoltenberg surgem após o recrudescimento das tensões entre a Rússia e os países da NATO, que anunciaram um reforço do apoio militar à Ucrânia.
Moscovo criticou recentemente a Aliança Atlântica por lançar "um novo ciclo de escalada" na sequência da decisão dos Estados Unidos de autorizar Kiev a atacar alvos na Rússia para defender a cidade ucraniana de Kharkiv.
Também a França anunciou na quinta-feira à noite a entrega de caças Mirage 2000-5 a Kiev, com o Governo russo a reagir com a afirmação de que o país europeu estava pronto para participar directamente na guerra.
Ulf Kristersson anunciou que os caças suecos vão participar na força de vigilância aérea da NATO, principalmente com os aviões Gripen no Mar Báltico.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de visita a França, voltou a pedir hoje aos aliados ocidentais que façam mais para ajudar Kiev face à agressão russa.
Desde que foi invadida pela Rússia, a Ucrânia tem contado com a ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais, mas também tem criticado hesitações e atrasos nas entregas de armas.
Os parceiros de Kiev também decretaram sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.