De acordo com os resultados lidos pelo presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CNE), Oda Gasinzigwa, "Paul Kagamé obteve um resultado de 99,18%. Frank Habineza obteve 0,50%, Philippe Mpayimana obteve 0,32%".
O chefe de Estado cessante, de 66 anos, alcançou um resultado ainda mais elevado do que os 98,79% obtidos nas eleições presidenciais de 2017 - depois de ter obtido 95,05% em 2003 e 93,08% em 2010.
Paul Kagamé é o homem forte do Ruanda desde Julho de 1994, quando ele e a rebelde Frente Patriótica Ruandesa (RPF) derrubaram o Governo extremista hutu que instigou o genocídio que, segundo a ONU, fez mais de 800.000 mortos, principalmente entre a minoria tutsi.
Inicialmente vice-presidente e ministro da Defesa, mas considerado o líder de facto do país, tornou-se Presidente em 2000, eleito pelo Parlamento após a demissão de Pasteur Bizimungu.
A ele é atribuída a recuperação económica do Ruanda após o genocídio, sendo também criticado pela falta de abertura democrática no país.
Várias vozes anti-Kagamé foram impedidas de concorrer às eleições presidenciais.
Apenas dois candidatos foram autorizados a concorrer: Frank Habineza, líder do único partido da oposição autorizado (o Partido Democrático Verde, DGPR), e o independente Philippe Mpayimana.
As eleições legislativas, realizadas simultaneamente na segunda-feira, confirmaram igualmente a hegemonia do partido presidencial (RPF), que obteve 68,83% dos votos. Os seus aliados do Partido Liberal obtiveram 8,66% dos votos e os do Partido Social Democrata 8,62%.
Os outros partidos não ultrapassaram o limiar dos 5%, incluindo a DGPR de Habineza (4,56%), que não deverá conservar os seus dois lugares.
Os resultados finais, que não deverão sofrer grandes alterações, deverão ser anunciados até 27 de Julho.