O jornal, que citou na quinta-feira três responsáveis democratas com informações sobre as conversas privadas entre Pelosi e Biden, indicou que Pelosi adoptou um papel discreto e forte como intermediária entre os líderes do Partido Democrata e o chefe de Estado, que enfrenta uma pressão crescente para recuar e desistir da candidatura à Casa Branca.
Os assistentes de Pelosi, no entanto, recusaram-se a falar publicamente sobre estas conversas, aludindo à 'loucura' mediática em torno do assunto, enquanto a campanha do candidato democrata garantiu que a corrida eleitoral de Biden se mantém, noticiou a agência Efe.
Também o New York Times noticiou na quinta-feira, citando fontes próximas de Biden, que o Presidente parece estar a aceitar que pode ter que abandonar a recandidatura.
A CNN já tinha revelado na quinta-feira outra conversa privada entre Pelosi e Biden ocorrida na semana passada e na qual a congressista avisou o Presidente que perderá as eleições para a Casa Branca contra o candidato republicano e ex-presidente Donald Trump e que arrastará o Congresso com ele.
Esta conversa privada somar-se-ia àquelas que Biden também manteve nos mesmos moldes com os líderes democratas no Senado, Chuck Schumer, e na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries -- o sucessor de Pelosi.
Tanto Schumer como Jeffries alertaram Biden que a sua candidatura põe em perigo a actual maioria democrata no Senado e dificulta a recuperação da Câmara dos Representantes, segundo o The Washington Post.
Estas três conversas ocorreram na semana passada, antes da tentativa de assassínio contra o ex-presidente Donald Trump, mas só nas últimas horas é que foram divulgadas aos meios de comunicação norte-americanos.
A pressão sobre Biden para renunciar à sua candidatura e abandonar as suas aspirações à reeleição cresceu desde o debate presencial no final de Junho com o seu rival republicano, do qual o líder democrata saiu com a imagem gravemente prejudicada.
Pelo menos 23 legisladores democratas (22 congressistas e um senador) pediram publicamente a Biden que renunciasse à sua candidatura e entregasse a nomeação a outra pessoa, mas o Presidente tem sido persistente na sua intenção de continuar na corrida à Casa Branca.
Biden afirmou numa entrevista à BET News, publicada na quarta-feira, que reconsideraria a sua decisão de continuar a campanha para as eleições de Novembro se um médico lhe diagnosticasse um problema de saúde grave.
Esta foi a primeira vez que Biden deixa a porta aberta à possibilidade de renunciar à sua candidatura presidencial face à crescente pressão que tem enfrentado dentro do partido para o fazer, à qual até agora tem respondido de forma desafiadora.