"A expulsão dos funcionários da ARD pela Rússia é inaceitável e as razões apresentadas são simplesmente falsas e enganadoras", declarou a chefe da diplomacia alemã numa conferência de imprensa com o homólogo neozelandês, Winston Peters.
"Condenamos inequivocamente esta situação, razão pela qual convocámos hoje o embaixador russo", acrescentou.
Moscovo anunciou quarta-feira que expulsava os dois jornalistas "em resposta" ao encerramento, anunciado pelo canal de televisão Pervy Canal, da sua sucursal alemã por ordem de Berlim, o que a Alemanha negou firmemente.
Uma porta-voz do Governo alemão tinha afirmado que Berlim "não tinha encerrado a sucursal" do Pervy Kanal.
"Os jornalistas russos podem trabalhar livremente e sem entraves na Alemanha", afirmou.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão declarou posteriormente que dois dos seus jornalistas viram recusada a prorrogação das autorizações de residência, indicando que "foram as autoridades locais competentes que tomaram as decisões".
"Não é verdade [dizer] que existem restrições à liberdade de imprensa na Alemanha ou na Europa", insistiu hoje Baerbock.
Os dois jornalistas russos cujas autorizações de residência não foram prolongadas "podem recorrer desta decisão, e é precisamente isso que faz a diferença entre um procedimento de direito e uma decisão arbitrária", sublinhou.
O Pervy Kanal, que significa "Primeiro Canal" em russo, é um dos meios de comunicação social que mais defende o conflito desencadeado pelo Kremlin na Ucrânia em Fevereiro de 2022.
O canal está sujeito a sanções da UE desde dezembro desse ano, incluindo a proibição de emitir na Europa.
Em Fevereiro de 2022, pouco antes do seu ataque à Ucrânia, a Rússia já tinha encerrado a emissora internacional alemã Deutsche Welle em resposta à proibição de transmissão do canal russo RT, amplamente considerado na Europa como um órgão de desinformação e propaganda do Kremlin.
Este último incidente diplomático russo-alemão surge depois de uma polémica entre a Rússia e o Reino Unido sobre o despedimento de um diplomata britânico acusado de espionagem, que Londres condenou veementemente.