A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que a China "sempre respeitou a justa luta do povo panamiano pela soberania" sobre a via de transporte.
Mao recordou que "houve manifestações em grande escala na China já na década de 1960 para mostrar forte apoio ao povo panamiano".
"Acreditamos que, sob a gestão eficiente do Panamá, o canal continuará a dar novas contribuições para facilitar a integração e o intercâmbio entre os diferentes países", acrescentou a porta-voz, referindo-se às declarações do presidente panamiano, José Raúl Mulino, que defendeu que "cada metro quadrado do canal pertence ao Panamá".
Trump, que tomará posse como líder dos EUA no dia 20 de janeiro, queixou-se no sábado e no domingo de taxas que descreveu como ridículas e da gestão do Canal do Panamá, ameaçando exigir a devolução se os princípios "morais e legais" não forem respeitados.
"Só ao Panamá cabia geri-lo, não à China ou a qualquer outro país", escreveu o bilionário na sua rede social Truth Social. "Não deixaríamos e NUNCA deixaremos que caia nas mãos erradas!", acrescentou
Mulino afirmou no domingo que o canal interoceânico "é panamiano e continuará a sê-lo".
O Canal do Panamá foi construído pelos Estados Unidos, que o inauguraram em 1914 e o administraram até à sua transferência para o Estado panamiano, em 31 de dezembro de 1999, conforme estabelecido nos Tratados Torrijos-Carter, assinados em 7 de setembro de 1977, em Washington, pelo então presidente panamiano, Omar Torrijos (1929-1981), e pelo presidente norte-americano, Jimmy Carter (1977-1981).