A moção, votada na quinta-feira, pediu que as autoridades regionais e os setores industriais "se alinhassem com as estratégias nacionais" e "resistissem ao assédio dos EUA", para fortalecer as ligações internacionais de Hong Kong.
Vários parlamentares instaram as autoridades a facilitar a procura de novos mercados para os produtos de Hong Kong, para mitigar o impacto das tarifas, e propuseram medidas políticas e financeiras para restaurar a confiança do mercado.
No início de abril, os Estados Unidos aumentaram as tarifas sobre os produtos vindos da China para 145%, afetando também as duas regiões semiautónomas de Hong Kong e Macau.
Durante o debate no parlamento, o Conselho Legislativo, alguns deputados manifestaram preocupação com o acordo anunciado pela CK Hutchison, detida pelo magnata de Hong Kong Li Ka-shing, para vender dois portos no Canal do Panamá.
O conglomerado anunciou em março que tinha chegado a um acordo em princípio para vender 90% da participação nos portos de Balboa e Cristóbal à gestora de fundos norte-americana BlackRock.
A transação, avaliada em 23 mil milhões de dólares (21 mil milhões de euros), incluiria não só os portos mencionados, mas também outros 41 controlados pelo grupo em mais de 20 países.
O acordo foi visto pelos analistas como uma jogada lucrativa de Li --- o homem mais rico da antiga colónia britânica --- sob pressão do Presidente norte-americano, Donald Trump, que se gabou da operação como uma vitória contra a alegada interferência chinesa no Canal do Panamá.
No início de abril, o regulador antimonopólio da China anunciou que iria analisar o acordo.
A deputada de Hong Kong Starry Lee Wai-king pediu que a transação fosse anulada, afirmando que "prejudica o país". "Devemos interromper todas as atividades prejudiciais à nação e mantermo-nos unidos face à guerra comercial", enfatizou.
Um relatório recente do banco HSBC indicou que a estratégia da CK Hutchison para alienar ativos portuários faz parte de uma abordagem que visa melhorar a eficiência operacional e maximizar os retornos financeiros, embora tenha alertado que "não há garantia de que esta transação avance ou que todas as aprovações necessárias sejam obtidas".
Em 15 de abril, o principal responsável do Partido Comunista Chinês para os assuntos de Hong Kong e Macau e os líderes dos governos das duas regiões acusaram os Estados Unidos de impor tarifas para sabotar a China.
No dia seguinte, os correios de Hong Kong suspenderam o envio de encomendas para os Estados Unidos, após Washington ter anunciado o fim da isenção de direitos aduaneiros sobre pequenas encomendas da China, como as enviadas pelos gigantes do comércio eletrónico Shein e Temu.