"China e UE devem assumir as suas responsabilidades internacionais, proteger conjuntamente a globalização económica e o ambiente comercial internacional e resistir conjuntamente a qualquer coerção unilateral", afirmou Xi Jinping, em Pequim, durante uma reunião com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Após a espectacular reviravolta de quarta-feira, Trump voltou a defender, na quinta-feira, em Washington, a sua ofensiva tarifária, que visa trazer de volta a produção industrial aos Estados Unidos, insistindo que se tratava de uma "coisa boa".
Numa mensagem publicada hoje no X, o Presidente francês, Emmanuel Macron, avisou que a redução das tarifas norte-americanas para 10% é "uma pausa frágil" e que "juntamente com a Comissão Europeia, o país deve ser forte".
"A Europa deve continuar a trabalhar em todas as contramedidas necessárias", vincou.
Perante a incerteza causada pelas políticas de Donald Trump, os mercados financeiros continuaram a abanar.
O principal índice de Tóquio caiu 3,37% e o de Seul perdeu 0,64%. Após abrirem em baixa, os mercados bolsistas chineses entraram no verde, com o índice de Xangai a recuperar 0,75%.
As bolsas recuperaram depois de Trump ter anunciado, na quarta-feira, uma trégua de 90 dias nas taxas alfandegárias punitivas que impôs a 60 parceiros comerciais, para dar tempo à conclusão das negociações com Washington.
No entanto, desde o início de Abril, os Estados Unidos mantêm tarifas mínimas de 10% e sobretaxas de 25% sobre o aço, o alumínio e os automóveis, nomeadamente contra a UE.
O caso da China, atingida por uma sobretaxa monumental de 145%, também está a assustar os investidores.
Se as negociações com os Estados Unidos falharem, a Comissão Europeia poderá tributar os gigantes tecnológicos norte-americanos, que são agora apoiantes de Donald Trump, ameaçou a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
"Existe um vasto leque de contramedidas", disse von der Leyen, citada pelo jornal Financial Times.
Trump, que está a abalar a ordem económica internacional, mostrou-se sereno na quinta-feira, dizendo que "a transição terá um custo e colocará problemas", mas que, no final, "será uma coisa boa".
O seu ministro das Finanças, Scott Bessent, disse que não viu nada de anormal nos mercados, enquanto alguns democratas consideraram que o líder republicano poderá ter manipulado ilegalmente os mercados ao encorajar a compra de acções pouco antes da sua reviravolta na quarta-feira.
Para dar uma trégua ao resto do mundo, o antigo magnata do imobiliário tem como prioridade a rival China.
Isolada perante a administração Trump, a segunda maior economia mundial prometeu "lutar até ao fim".
"A porta está aberta para negociações, mas este diálogo deve ser conduzido em pé de igualdade e com base no respeito mútuo", afirmou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado.
Outros países asiáticos - altamente dependentes das suas exportações para os Estados Unidos - estão a manter um perfil discreto. O Vietname e o Camboja, produtores de têxteis e membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), disseram que não tomarão medidas de retaliação.