UE lamenta saída dos EUA do Acordo de Paris e alerta para os efeitos

PorExpresso das Ilhas, Lusa,21 jan 2025 14:20

A Comissão Europeia lamentou hoje a decisão de Washington de sair do Acordo de Paris, tratado global de luta contra as alterações climáticas, e advertiu para as consequências de uma guerra comercial com a União Europeia (UE).

"Lamentamos a decisão dos Estados Unidos de sair do Acordo de Paris. Durante mais de uma década, trabalhámos lado a lado para desenhar e aplicar este acordo", disse o comissário para o Comércio e Segurança Económica, Maros Sefcovic, no Parlamento Europeu, durante um debate na sessão plenária em Estrasburgo, em França.

O comissário acrescentou que a UE "vai continuar" a aplicar o Acordo de Paris (adoptado em 2015) e recordou à nova administração norte-americana liderada pelo republicano Donald Trump que há "empresas dos dois lados que já investiram para mitigar as alterações climáticas e em energias renováveis".

Sobre a perspetiva de uma guerra comercial com a União Europeia, Maros Sefcovic alertou o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) de que há cerca de 3,5 milhões de cidadãos norte-americanos a trabalhar no espaço comunitário ou diretamente com os 27 países do bloco europeu e que "muitos mais milhões dependem" do comércio feito entre os dois lados do Oceano Atlântico.

Perante os eurodeputados, o comissário disse que o executivo comunitário está preparado para os próximos quatro anos da nova liderança norte-americana: "Tomámos nota do memorando sobre priorizar o comércio com os EUA."

No entanto, Maros Sefcovic considerou que "não há economias mais integradas" do que a da UE com os EUA.

Na abertura do debate, o ministro polaco para os assuntos da União Europeia, Adam Szlapka, que interveio no âmbito da presidência rotativa do Conselho da UE, avisou Washington que é "essencial continuar a apoiar a Ucrânia no exercício do seu direito de defesa" contra a invasão russa, que está a completar três anos.

Sobre as declarações de Donald Trump de querer encontrar uma solução célere para o conflito no território ucraniano, Adam Szlapka considerou que "ninguém quer um fim mais célere do que a Ucrânia e a UE".

Mas, frisou o representante de Varsóvia, não pode valer tudo: "Tem de ser uma conclusão compreensiva e justa, não pode haver discussão sem a inclusão da Ucrânia".

Tanto o ministro polaco, que irá coordenar a presidência semestral do Conselho da União Europeia, como o comissário europeu concordaram que é essencial continuar as relações de décadas com os EUA, priorizando os interesses do bloco comunitário do qual Portugal faz parte.

Numa intervenção no Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também abordou hoje algumas das medidas avançadas por Trump, que tomou posse na segunda-feira em Washington.

Sobre a questão do Acordo de Paris, Von der Leyen afirmou que "as alterações climáticas continuam a estar no topo da agenda mundial" e que a Europa trabalhará com todos aqueles que desejam "travar o aquecimento global".

Já sobre as matérias económicas, a líder do executivo comunitário advertiu que "não é do interesse de ninguém quebrar os laços da economia global" e defendeu um reforço da cooperação, incluindo com os Estados Unidos.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,21 jan 2025 14:20

Editado porAndre Amaral  em  22 jan 2025 2:40

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