Estas negociações deverão ter lugar imediatamente após as eleições legislativas de 28 de abril, no final das quais Mark Carney espera manter-se em funções.
No entanto, o líder do Partido Liberal e sucessor de Justin Trudeau suspendeu a sua campanha até reunir a sua equipa para discutir a questão comercial, sob pressão das tarifas impostas pelo seu vizinho americano.
Mark Carney e Donald Trump tinham acordado, em meados de março, retomar os contactos após as eleições, e o primeiro-ministro confirmou que essas negociações iriam começar nas próximas semanas.
Em declarações à imprensa a partir da capital, Otava, o líder assegurou que estava a trabalhar para garantir que o Canadá "está na melhor posição para as negociações com os Estados Unidos que, tal como acordámos com o Presidente, começarão no início de maio".
A guerra comercial lançada por Donald Trump está a trazer "os primeiros sinais de abrandamento da economia global" e a atingir "o mercado de trabalho canadiano", acrescentou.
A reviravolta de Donald Trump na quarta-feira não suspendeu uma série de impostos que afetam diretamente os setores canadianos da indústria automóvel, do aço, do alumínio e de outros produtos.
Como resultado direto, o gigante mundial do setor automóvel Stellantis encerrou uma fábrica canadiana perto da fronteira no início de abril, colocando milhares de trabalhadores no desemprego.
O Canadá, o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, adotou medidas de retaliação.
Embora já não sejam o centro das atenções, o Canadá e o México foram as primeiras vítimas da paixão declarada de Donald Trump pelas taxas alfandegárias. Tal como a China, ambos os países foram acusados de combater insuficientemente o tráfico de fentanil.
Apesar do acordo de comércio livre USMCA entre os três países, o bilionário republicano impôs uma tarifa de 25% sobre todos os produtos dos seus dois vizinhos (e uma tarifa de 10% sobre os produtos energéticos canadianos).
As sondagens para as eleições legislativas canadianas tendem a favorecer os liberais de Mark Carney, que poderão manter o seu lugar.
O primeiro-ministro enfrenta os conservadores de Pierre Poilievre, que esperam derrubar o quarto Governo liberal consecutivo em Otava.
Justin Trudeau, que se tinha tornado muito impopular após 10 anos à frente do país, abandonou o cargo no início do ano.