O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, estão a explorar a possibilidade de um acordo: armas norte-americanas em troca de drones ucranianos.
"Os Estados Unidos precisam de ter esta tecnologia e precisam de a ter no seu arsenal", afirmou o presidente da Ucrânia numa entrevista ao New York Post publicada esta sexta-feira. Zelensky referia-se aos drones fabricados por Kyiv que conseguem destruir bombardeiros russos.
Sem avançar grandes pormenores sobre a proposta que está a ser discutida, o presidente ucraniano afirma apenas que Kyiv ganharia acesso a diversas armas dos Estados Unidos em troca de tecnologias de drones testados em combate.
Se levado a cabo, Zelensky esclarece que o acordo prevê que os Estados Unidos e a Ucrânia se apoiem mutuamente no desenvolvimento do setor da aviação e de sistemas não tripulados.
Na entrevista, o presidente da Ucrânia disse ainda estar disposto a partilhar a tecnologia de drones ucraniana com países europeus, como a Dinamarca, a Noruega e a Alemanha.
Sobre o acordo, Zelensky diz que o considera “um ‘mega’ acordo e uma vitória para ambos.”
A proposta vem também alinhada com a estratégia militar de Donald Trump. Segundo noticia a Reuters, o orçamento fiscal para a defesa da administração norte-americana para 2026 prioriza drones e mísseis de longo alcance sobre os meios navais e aéreos convencionais.
Desde o início da invasão russa à Ucrânia em 2022, Kyiv tem vindo a expandir a produção de drones em todos os terrenos (ar, terra e mar) com planos para manufaturar este ano cerca de 30 mil drones de longo alcance.
O mês passado, estas armas ucranianas demonstraram a sua precisão e alcance num ataque de drones sem precedentes, que teve como alvo quatro bases aéreas no interior russo.
A notícia sobre o acordo entre Washington e Kyiv vem também numa altura em que se espera que as armas norte-americanas cheguem em breve à Ucrânia, depois de Trump anunciar que ia enviar os mísseis Patriot, que Zelensky já vinha a pedir há algum tempo.
Esta quinta-feira, o embaixador dos Estados Unidos para a NATO afirmou que “as coisas estão realmente a acontecer muito rapidamente. Mas não posso confirmar a data em que tudo ficará concluído", disse Whitaker, em declarações aos jornalistas.
O comandante supremo das forças da NATO na Europa corroborou a afirmação e disse que já estão em “fase preparatória” para o envio dos primeiros sistemas Patriot.
O anúncio de Donald Trump sobre o envio dos Patriot para a Ucrânia, há já quase uma semana, veio como uma mudança drástica (mas vista como positiva pelos países europeus) na posição norte-americana quanto à guerra na Ucrânia.
O mês passado, estas armas ucranianas demonstraram a sua precisão e alcance num ataque de drones sem precedentes, que teve como alvo quatro bases aéreas no interior russo.