"Congratulamo-nos com o compromisso assumido pelo Presidente Donald Trump de pôr fim à guerra em Gaza. Encorajamos todas as partes a aproveitarem agora esta oportunidade", escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.
Horas depois de ter sido anunciado que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, manifestou apoio ao plano do Presidente norte-americano para Gaza, a líder do executivo comunitário vincou que "a UE está pronta a contribuir".
"As hostilidades devem terminar com a prestação imediata de ajuda humanitária à população de Gaza e com a libertação imediata de todos os reféns", considerou Ursula von der Leyen.
Para a presidente da Comissão Europeia, "a solução de dois Estados continua a ser o único caminho viável para uma paz justa e duradoura no Médio Oriente, com os povos israelita e palestiniano a viverem lado a lado, em paz e segurança, livres da violência e do terrorismo".
O plano norte-americano de 20 pontos, publicado na segunda-feira pela Casa Branca, envolve a criação de um comité para supervisionar a transição em Gaza, do qual nenhum residente será deslocado à força. Esse comité seria presidido por Donald Trump.
Prevê, nomeadamente, o fim imediato da guerra desencadeada em Gaza pelo ataque do Hamas em 07 de Outubro de 2023, uma retirada gradual das forças israelitas e o desarmamento do movimento islamita palestiniano.
Irão aguarda resposta do Hamas
ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, disse à estação de televisão norte-americana CNN que Teerão tomou conhecimento do plano mas que aguarda a reacção do Hamas, grupo de controla a Faixa de Gaza, para se pronunciar.
Araqchi disse ainda que a única proposta que tem potencial para perdurar é a que reconhece e respeita o direito dos palestinianos à autodeterminação.
A liderança do Hamas ainda não se pronunciou formalmente sobre o plano apresentado na segunda-feira pelo chefe de Estado norte-americano, apoiado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
A proposta dos Estados Unidos prevê um cessar-fogo em Gaza, a retirada gradual do Exército israelita, a libertação total dos reféns em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinianos e o fornecimento de ajuda humanitária através das Nações Unidas.
O Irão é um dos principais aliados do grupo palestiniano Hamas, que faz parte do designado "Eixo da Resistência", uma aliança anti-Israel liderada por Teerão e que inclui também o Hezbollah no Líbano e os houthis no Iémen.
Na segunda-feira, os mediadores diplomáticos do Qatar e do Egipto que mantêm contactos negociais com o Hamas sobre a guerra em Gaza disseram à Agência France Presse (AFP) que o plano norte-americano foi enviado ao grupo que controla o enclave costeiro palestiniano.
Segundo a agência France Presse, o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abdulrahman al-Thani, e o chefe dos serviços de informação egípcios, Hassan Mahmoud Rashad, reuniram-se na segunda-feira com os negociadores do Hamas tendo apresentado o plano de Washington.
"Os negociadores do Hamas disseram que iriam examinar o plano de boa-fé e responder", acrescentou a mesma fonte que não foi identificada.
Presidente turco aplaude os esforços para cessar-fogo
"Aplaudo os esforços do Presidente Donald Trump e da sua liderança para travar o derramamento de sangue em Gaza e alcançar um cessar-fogo", declarou Erdogan na rede social X.
"A Turquia continuará a contribuir para este processo com o objectivo de estabelecer uma paz justa e duradoura, aceitável para todas as partes", referiu o líder turco, que não menciona especificamente o plano anunciado na segunda-feira pelos Estados Unidos e Israel.
O acordo, apresentado numa conferência de imprensa na Casa Branca na segunda-feira, foi redigido por Trump e pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e prevê a libertação imediata dos reféns pelo Hamas.
Trump autoproclamou-se responsável por um futuro órgão de supervisão na Faixa de Gaza e, de acordo com as fugas de informação para os meios de comunicação social, está prevista uma retirada gradual do Exército israelita e a sua substituição por uma força multinacional, embora alguns ministros israelitas se oponham à retirada militar.
Netanyahu afirmou na mesma conferência de imprensa que Israel manteria a "responsabilidade pela segurança" na Faixa de Gaza.
Acordado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, a iniciativa tem ainda de ser aprovada pelo Hamas.
O plano visa pôr termo à guerra em curso na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de Outubro de 2023.
O ataque do Hamas causou a morte de mais de 1.200 pessoas e 251 reféns, segundo as autoridades israelitas.
A ofensiva israelita que se seguiu em Gaza provocou mais de 66.000 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, cujos dados são considerados fiáveis pelas Nações Unidas.
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