Simões Pereira apela à atenção nacional e internacional para a situação na Guiné-Bissau

PorExpresso das Ilhas, Lusa,18 out 2025 13:35

​O líder do histórico do PAIGC e da coligação PAI - Terra Ranka, excluídos das eleições na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, pediu, esta sexta-feira, a atenção da comunidade nacional e internacional para a situação política no país.

“É preciso a comunidade nacional e internacional compreenderem que a democracia está em risco na Guiné-Bissau”, afirmou, no final de um encontro das coligações excluídas das eleições gerais, legislativas e presidenciais, marcadas para 23 de Novembro.

O encontro  foi o segundo no espaço de poucos dias que juntou Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI)- Terra Ranka, com Fernando Dias, rosto do Partido de Renovação Social (PRS) e da Aliança Patriótica Inclusiva (API) Cabas Garandi.

Fernando Dias é candidato independente às eleições presidenciais, mas o Supremo Tribunal de Justiça rejeitou a candidatura da API Cabas Garandi às eleições legislativas e não apreciou as candidaturas de Simões Pereira nem da PAI-Terra Ranka.

A exclusão do histórico partido da libertação da Guiné-Bissau, pela primeira vez, de eleições está a marcar o processo eleitoral, com o líder Simões Pereira a considerar que está a ser afastado por ser o principal adversário do actual Presidente da República e candidato a um segundo mandato, Umaro Sissoco Embaló.

As duas coligações rejeitadas reafirmaram hoje que estão a trabalhar em conjunto e a estender o convite a outras entidades políticas que partilhem da preocupação de “salvar os pressupostos da democracia e restaurar as liberdades fundamentais dentro do país”.

Condenam a decisão judicial e defendem que “as eleições que foram convocadas para 23 de novembro devem acontecer num quadro de inclusividade”.

Questionado sobre os próximos passos, Simões Pereira justificou que cancelou uma marcha pacífica que tinha convocado até ao Supremo Tribunal de Justiça “para melhor preparar e com mais envolvimento” essa manifestação.

Simões Pereira continua a reclamar “igualdade de tratamento” por parte do tribunal e reiterou que aguarda resposta formal aos recursos e requerimentos apresentados ao tribunal depois de conhecida a decisão da não aceitação da inscrição das candidaturas.

Por sua vez, Fernando Dias pediu calma ao povo guineense e disse que ainda acredita que o tribunal acabará por rever a posição.

“Excluir a PAI ou a API significa excluir 70% do povo da Guiné-Bissau de participar no processo eleitoral”, enfatizou.

“Temos que ter confiança na nossa democracia, no sistema, temos que ter confiança no Supremo Tribunal, ele é que manda, não obstante o que disse, nós vamos depositar as nossas candidaturas e esperamos que faça o trabalho como dita a lei”, acrescentou.

O Supremo Tribunal de Justiça aceitou 12 candidaturas às eleições presidenciais e das três coligações que requereram a inscrição para as legislativas apenas foi aceite a Plataforma Republicana que suporta a candidatura do atual Presidente a um segundo mandato.

O movimento cívico “Pô de Terra” contestou também, hoje, a decisão judicial, anunciando a convocação de uma manifestação nacional para 01 de novembro.

O movimento acusou o órgão máximo judicial da Guiné-Bissau de estar a defender o regime em detrimento da lei e dos interesses do povo guineense, segundo notícias divulgadas pela comunicação social local.

Para o porta-voz do movimento cívico, Vigário Luís Balanta, o Supremo Tribunal de Justiça, que tem também competência constitucional, “deixou de ser o guardião da Constituição da República para se transformar num instrumento político de manipulação ao serviço de um poder que teme o povo e governa com base no medo”.

Crédito fotografia: Depositphotos

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,18 out 2025 13:35

Editado pormaria Fortes  em  18 out 2025 23:22

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