A declaração de Fernando Dias foi transmitida nas redes sociais pela imprensa guineense, à qual assegurou que as eleições gerais ditaram uma mudança de regime e que derrotou o actual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, candidato a um segundo mandato.
Fernando Dias da Costa, denunciou, na mesma ocasião, estarem em curso alegadas "manobras para adulterar os resultados" das eleições.
O candidato afirmou estar na posse de informações que indicam uma alegada ordem que proíbe que delegados do Ministério Público assistam ao ato de apuramento dos resultados eleitorais nas Comissões Regionais de Eleições (CRE).
"Não podemos aceitar isso, mas, seja como for, temos as nossas atas sínteses", referiu Fernando Dias da Costa, aludindo aos documentos produzidos nas mesas de votação.
Dias da Costa observou que aguarda pelo anúncio dos resultados provisórios pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), cujo porta-voz, Idriça Djalo, já anunciou que poderá ocorrer até quinta-feira.
O candidato, suportado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), pela coligação PAI - Terra Ranka e por uma ala do Partido da Renovação Social (PRS), declarou que "as manobras não vão mudar os resultados" obtidos pela sua candidatura.
Fernando Dias da Costa candidatou-se como independente às presidenciais e ganhou o apoio do PAIGC depois do histórico partido da libertação da Guiné-Bissau e o líder Domingos Simões Pereira terem sido excluídos das eleições por decisão do Supremo Tribunal de Justiça.
Entre 12 candidatos à Presidência da República, Fernando Dias emergiu como principal adversário do atual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que concorreu a um segundo mandato.
Nas eleições gerais de domingo, os guineenses votaram também para escolher os 102 deputados da Assembleia Nacional Popular, sem a presença das forças políticas que compunham o plenário na anterior legislatura, interrompida com a dissolução do parlamento em Dezembro de 2023.
A maioria PAI-Terra Ranka, coligação liderada pelo PAIGC, foi afastada do poder com a dissolução da Assembleia e o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, nomeou um Governo de iniciativa presidencial.
Dois anos depois, com o parlamento encerrado e o fim do mandato presidencial, Embaló convocou eleições gerais, presidenciais e legislativas para 23 de Novembro, que decorreram no domingo sem incidentes relatados.
Estas eleições decorreram sem a presença da comunicação social portuguesa que foi expulsa da Guiné-Bissau em agosto, com a decisão do Governo de suspender as delegações da Lusa, RTP e RDP.
Hoje, durante uma conferência de imprensa transmitida pelos órgãos de comunicação social guineenses, o comissário geral da Polícia da Ordem Pública, Salvador Soares, avisou que não serão toleradas manifestações sem que a CNE faça o anúncio dos resultados eleitorais.
Foto: depositphotos
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