“Aumentar penas sem medidas, não apenas internas nos estabelecimentos prisionais, mas com envolvência também e toda a sociedade, apenas aumenta a história criminológica do próprio sujeito. Temos visto que países que têm medidas mais dissuasórias, ou seja, para qualquer crime são logo 25 anos. Não é por isso que a criminalidade é menor, as vezes é o contrário”, defende.
O especialista em psicologia forense, neuropsicologia e psicologia clínica e da saúde defende, por isso, que o agravamento de penas deve ser acompanhado de investimento em medidas de reinserção social tanto dentro como fora das prisões, para evitar a reincidência.
“O agravamento de pena, per se, julgo que não vale muita a pena, na maioria dos crimes, se não for acompanhado de um grande e de um bom investimento em medidas não só de ressocialização mas também de reinserção. Se o indivíduo estiver reinserido mas não estiver ressocializado, se não tiver a noção de que os actos que cometeu não podem continuar, de todo, a fazer parte do seu repertório comportamental, ele vai reincidir”, explica.
Luís Maia defende o aumento das penas, desde que acompanhadas de um grande esforço de ressocialização, reeducação e intervenção psicoterapêutica.
O docente e investigador foi um dos convidados da última edição do Panorama 3.0 da Rádio Morabeza, onde abordou o comportamento criminal, a sua interpretação, medidas punitivas ou de reinserção social na sociedade actual.