"Quisemos começar aqui, para ver como é a realidade madeirense e o que é que o sistema de saúde cabo-verdiano pode aproveitar dessa experiência", afirmou Maria da Luz Mendonça, após uma reunião no Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais da Madeira (IASAÚDE).
A responsável iniciou ontem uma visita de três dias à região autónoma, juntamente com o presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil, Renaldo Rodrigues, sendo que o enfoque será colocado em duas áreas: a emergência pré-hospitalar e a vigilância entomológica (relação dos insectos com o homem).
"Queremos ver o que podemos aplicar lá. A vigilância tem de ser permanente e queremos aprender com a experiência da Madeira", disse Maria da Luz Mendonça, vincando que Cabo Verde tem um clima quente e húmido, o que potencia a acção de mosquitos vectores de doenças como a dengue e a malária.
A directora nacional de Saúde salientou, por outro lado, que Cabo Verde procura um modelo semelhante ao da Madeira ao nível da emergência pré-hospitalar, considerando que "alguns números são parecidos", nomeadamente no que toca às principais causas de morte, que são as doenças crónicas não transmissíveis, as cerebrais e cardiovasculares e os tumores.
O presidente do IASAÚDE, Herberto Jesus, reforçou, por seu lado, que as semelhanças entre a região e Cabo Verde permitem definir áreas específicas de cooperação e colaboração, sobretudo em termos de gestão da qualidade, formação e planeamento.
"Quando olhamos para Cabo Verde, vemos uma população extremamente jovem e nós aqui temos uma população envelhecida, temos basicamente os mesmos factores de risco e ao nível alimentar e da gastronomia somos muito semelhantes. Deste modo, podemos melhorar esses aspectos, no sentido de prevenir o futuro", explicou.
Herberto Jesus disse ainda que a perspectiva das autoridades madeirense assenta na troca de experiências e de modelos de organização e prestação de cuidados ao nível das regiões e países atlânticos e ultraperiféricos.