"Há avanços do ponto de vista da investigação, mas infelizmente ainda não conseguimos o objectivo de recuperar as crianças. Acreditamos que as crianças estejam com vida e possam ser devolvidas às famílias", disse Óscar Tavares.
O Procurador-Geral da República falava aos jornalistas, na cidade da Praia, à margem da conferência "Criminalidade Organizada", promovida para assinalar os 25 anos da Polícia Judiciária.
Óscar Tavares explicou que recebeu, na quarta-feira, o mais recente relatório da equipa conjunta da Polícia Judiciária e Polícia Nacional, coordenada pelo Ministério Público, para investigar o desaparecimento de crianças.
Desde Novembro desapareceram, na cidade da Praia, três crianças com idades entre os 09 e os 11 anos, estando ainda desaparecida uma jovem de 19 anos e o seu filho recém-nascido, casos que geraram alarme social no país e sem qualquer explicação até ao momento.
"Acreditamos neste quadro pelas informações que são transmitidas e constam do relatório. A equipa transmite a confiança de que estão a trabalhar no limite das possibilidades para que possam libertar as crianças, confiando que estejam ainda vivas", disse.
Óscar Tavares escusou-se, no entanto, a adiantar se as crianças estarão ainda no país.
"Não sabemos. Estamos a partilhar as informações do ponto de vista internacional, a utilizar a rede da Interpol e todos os apoios da cooperação e, neste momento, com a possibilidade de uma equipa de investigadores internacionais poder auxiliar-nos no terreno", disse.
O magistrado disse ainda que, neste momento, foram já excluídas algumas linhas de investigação e suspeitos, estando a investigação mais "afunilada" num sentido, escusando-se, no entanto, a confirmar se essa linha é o tráfico internacional de pessoas.
Óscar Tavares adiantou que a investigação ao desaparecimento de crianças é "uma prioridade" e que a equipa está a "trabalhar arduamente com a cooperação internacional para, num tempo que esperemos não seja muito longo, resolver esta questão".
A equipa conjunta de investigação é composta por dois magistrados do Ministério Público, três elementos da Polícia Judiciária e dois da Polícia Nacional e foi criada depois do desaparecimento, em Fevereiro, de duas crianças, um rapaz de 09 anos e uma rapariga de 11, do bairro de Achada Limpo, arredores da cidade da Praia.
Desde 14 de Novembro, encontrava-se desaparecida outra rapariga de 10 anos, residente no bairro Eugénio Lima, e desde agosto uma jovem de 19 anos e o seu filho recém-nascido.
Até ao momento as diligências das autoridades não tiveram sucesso na localização de qualquer dos desaparecidos.