Quem o diz é o presidente da associação ambientalista Biosfera I, Tommy Melo.
“A introdução de espécies invasoras, que põe em risco as espécies nativas, é um dos maiores perigos que existem hoje em dia para a biodiversidade a nível mundial. Obviamente que também o uso insustentável dos recursos é também um perigo enorme, bem como as mudanças climáticas”, aponta.
Cabo Verde, país arquipelágico, rodeado de mar, tem também riscos, nomeadamente ao nível das espécies marítimas. Tommy Melo alerta que o país não está imune, por exemplo, à invasão do “peixe dragão”, um predador proveniente do Oceano Índico que tem limpado vastas áreas de corais, na América central, na Flórida e na América do Sul.
“Estamos aqui mesmo ao lado da zona das Bahamas e o risco de invasão por espécies marítimas é grande", alerta.
Santa Luzia
Ao longo dos anos, a Biosfera I, juntamente com os seus parceiros, tem denunciado “actividades ilícitas” que ocorrem na reserva natural de Santa Luzia, Raso e Branco e lamentado a não aplicação das leis por parte das autoridades.
Entre as denúncias, o líder da associação ambientalista destaca o transporte de turistas de São Nicolau para o ilhéu Raso - o que pode causar danos a esse habitat - além do recurso a garrafas de mergulho e espingardas de caça submarina, “que tem varrido sistematicamente a reserva” e o uso de redes de malha.
“Todas essas actividades ilegais previstas na lei ocorrem na reserva marinha e a Biosfera e seus parceiros têm denunciado, através de fotografias e relatórios, sem que sejam tomadas as devidas acções legais contra os prevaricadores”, diz.
Tommy Melo, que falava hoje à Rádio Morabeza a propósito do Dia Internacional da Biodiversidade, pede que as pessoas reflictam sobre o tema, acrescentando que pequenas acções fazem toda a diferença.