Cabo-verdianos sentem corrupção a aumentar e perdem confiança nas instituições

PorAndre Amaral,23 mai 2018 14:53

Dados foram hoje revelados pela Afrosondagem. Percepção da corrupção aumentou e há uma diminuição generalizada da confiança nas instituições, especialmente nas eleitas.

O estudo divulgado hoje mostra que houve um aumento na percepção da corrupção em todas as instituições avaliadas. 

Para 23% dos inquiridos a Polícia é a instituição onde existem mais sinais de corrupção. Seguem-se os vereadores autárquicos (17%) e a administração pública (15%). No entanto, realçou José Semedo, da Afrosondagem, "registou-se um aumento em todos os sectores analisados".

O sector privado também é alvo deste sentimento de crescimento da corrupção. Segundo o documento, 20% das pessoas que participaram no estudo revelaram acreditar que existe corrupção no sector empresarial cabo-verdiano.

Apesar deste aumento da percepção de que a corrupção é uma realidade em Cabo Verde, no entanto, a maioria dos participantes no estudo (60%) disseram teriam receio em divulgar casos de corrupção uma vez que acreditam que a denuncia traria sempre algum tipo de retaliação associado.

Outro dado revelado pelo estudo é que 4% dos inquiridos reconheceram ter praticado algum acto que possa ser entendido como corrupção para terem acesso a um serviço público. Já o governo é avaliado negativamente por 61% da população no que respeita à luta contra a corrupção.

No que respeita à confiança nas instituições, o estudo mostra que de 2014 - ano em que este estudo tinha sido realizado pela última vez - para 2017 houve "uma diminuição generalizada da confiança", sendo as Forças Armadas a instituição em quem os cabo-verdianos mais confiam (62%). Tribunais e Polícia fecham o top 3, com 55% e 53% respectivamente.

Entre as instituições eleitas, o Presidente da República é primeiro (49%) e o Primeiro-ministro segundo com 43%. Já em termos de performance o Primeiro-ministro tem uma actuação positiva para 77% dos inquiridos enquanto o Presidente da República mantém o valor alcançado no inquérito de 2014 (67%). No entanto, apesar da avaliação positiva da actuação do Primeiro-Ministro, o governo na sua totalidade, quando comparado com os resultados do inquérito anterior, é visto como tendo menor capacidade para criar emprego, para reduzir as assimetrias sociais e melhorar as condições de vida dos pobres.

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Autoria:Andre Amaral,23 mai 2018 14:53

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  25 mai 2018 6:49

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