O primeiro relatório de avaliação, a meio percurso, foi apresentado hoje aos parceiros, na cidade da Praia, por Luís Filipe Tavares. O ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, em declarações aos jornalistas, deu conta de alguns dos principais progressos registados.
"Já utilizámos cerca de 48 por cento do volume financeiro posto à nossa disposição. Criámos mais de vinte mil postos de trabalhos. Mobilizámos milhares de toneladas de água para salvamento do gado, estamos a salvar mais de cento e cinquenta mil cabeças de gado, o que é extremamente importante. Isso representa de facto um compromisso sério com as populações rurais, nomeadamente com os agricultores", explica.
Luis Filipe Tavares diz que a preocupação do Governo é criar capacidade de resiliência no país.
"Significa termos uma estratégia clara de mobilização de água. Temos de pensar em utilizar água do mar, o oceano que temos à nossa frente, para podermos tirar o melhor proveito dos oceanos para agricultura, para garantir o abastecimento às populações e também criarmos, no meio rural, uma forma de agricultura completamente diferente, que não tenha como condição essencial as chuvas. Estamos a trabalhar nesse sentido e, isso é um engajamento forte do Governo. Estamos a preparar o nosso pais para o futuro", avança.
Um dos principais parceiros de Cabo Verde neste programa de emergência é a União Europeia, que disponibilizou sete milhões de euros.
Sofia de Sousa, embaixadora da UE em Cabo Verde, chama a atenção para a gestão da água e afirma que é preciso repensar a agricultura.
"É preciso pensar a médio e longo prazo, também. As barragens estão vazias, se não tivermos chuva nos próximos tempos vamos ter uma situação ainda mais grave e é preciso repensar a agricultura e criação de gado, para que esteja adaptado à penúria da água", sublinha.
O programa de emergência para atenuar os efeitos da seca e do mau ano agrícola foi implementado pelo Governo em 2017 e está a cinco meses do seu término.