Declarações feitas à Inforpress pela secretária executiva da Associação de Crianças Desfavorecidas (ACRIDES), Carmen Delgado, a propósito do Dia Nacional Contra o Abuso e Exploração Sexual de Menores, assinalado hoje, 4 de Junho.
“Estamos em contacto com todos os intervenientes do sistema de protecção das crianças. Temos falhas, lacunas, mas estamos a aproximar-nos uns dos outros para se conseguir dar assistência à vítima desde a denúncia até o julgamento do agressor. Temos ganhos mas ainda temos um trabalho árduo pela frente, principalmente nas regiões rurais”, explicou.
O Dia Nacional Contra o Abuso e Exploração Sexual de Menores, assinalado hoje, “tem como propósito promover a reflexão, avaliação e tomada de decisões sobre o fenómeno no arquipélago”.
“A data serviu para mudar muita coisa, pois a temática era e ainda é tabu para muitas pessoas. Discutir o tema de abuso ainda incomoda. Dados existentes demonstram que o abusador é alguém próximo da família, o que leva a que o acto seja oculto”, afirmou.
Perante esta realidade, a responsável defende a necessidade de se debater o tema a nível nacional, por forma a informar as famílias sobre o significado e as consequências que o abuso e exploração sexual pode trazer para o menor e para as próprias famílias.
“Na cidade da Praia e arredores já demos conta que quando vamos falar do tema há mais facilidade e maior recepção, mas no interior das ilhas temos constatado que ainda existe muito tabu”, acrescentou.