​HBS nega responsabilidade na não evacuação de criança que morreu

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,10 ago 2019 14:45

O Hospital Baptista de Sousa diz que fez tudo o que era necessário para que o desfecho do caso da criança de quatro anos, que morreu quinta-feira, fosse outro. Em comunicado, a unidade hospitalar explica que Sharon Alina Lopes foi vítima de um tumor agressivo, impossível de ser tratado localmente, mas que o HBS fez tudo para que a evacuação acontecesse o mais rapidamente possível.

“Da parte do HBS, no mais curto prazo possível, foram praticados os actos exigidos no âmbito de um processo de evacuação. Se o mesmo não teve a rapidez desejada, nenhuma responsabilidade nos pode ser assacada. O resultado, que não se desejava, acabou por acontecer no dia de ontem [quinta-feira], não sem que antes, numa conversa aberta com os familiares, se lhes desse a conhecer o que então já se mostrava inevitável”, lê-se no comunicado.

Perante isso, o HBS entende que de forma alguma pode ser responsabilizado pelo que aconteceu, porquanto, diz, da sua parte e da parte dos seus clínicos, foi feito tudo o que era necessário e possível, para que o desfecho fosse outro.

No mesmo documento, o hospital conta que a menor Sheron Lopes apresentou-se no banco de urgências da pediatria do HBS no dia 29 de Maio de 2019, queixando-se de dores abdominais e vómitos, apresentando ao exame físico distensão abdominal e adenopatia inguinal esquerda, o que constitui indício de um quadro infeccioso ou oncológico.

Na sequência, explica, decidiu-se por uma intervenção cirúrgica urgente, também justificada pelo facto de se ter constatado um quadro abdominal agudo. Nessa intervenção, ocorrida no dia seguinte (30 de Maio), foi removido um tumor mesentérico perfurante e sangrante, que foi enviado para estudo.

O estudo terá sido concluído no dia 11 de Junho, com identificação de “um tumor altamente agressivo, impossível de ser tratado localmente, por indisponibilidade de meios”.

“De imediato, deu-se início ao processo de evacuação, que foi pedido pela
Junta de Saúde de Barlavento, com a máxima urgência. A menor teve alta do internamento no dia 17 de Junho para seguimento ambulatórial enquanto se aguardava o normal desenvolvimento do processo de evacuação. Nessa altura, a evolução da situação clínica e analítica era favorável, evidenciado por um exame ecográfico realizado nesse dia”, explica.

Entretanto, de acordo com o HBS, a criança regressou ao Banco de Urgência da Pediatria no dia 29 de Julho, de novo queixando-se de doresabdominais e apresentando edema (inchaço) dos membros inferiores. “Realizada, de imediato, nova
ecografia, deu-se conta de metástases abdominais incluindo renais, o que demonstra a agressividade rara do tumor, que evoluíra muito negativamente num curto lapso de tempo”.

A menor voltou a ser internada, aguardando sempre pela evacuação. De seguida, refere o hospital, fez-se uma adenda a esse processo de evacuação reafirmando a sua urgente necessidade e prevendo-se, já nessa altura, um desfecho fatídico.
“A morte da menor Sheron Alma Silva Lopes também nos deixou muito tristes e consternados. Ficam aqui expressas as nossas condolências à família”, conclui.

Esta sexta-feira em conferência de imprensa, o Director Nacional de Saúde anunciou que vai ser aberto um inquérito para averiguar o que motivou o atraso na evacuação da criança de 4 anos que faleceu, em São Vicente, e que não foi evacuada para Portugal.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,10 ago 2019 14:45

Editado porFretson Rocha  em  5 mai 2020 23:21

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