​“O que precisa ser feito agora é cobrar uma educação inclusiva de qualidade” - Gilvan dos Santos

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,28 out 2019 14:38

Cabo Verde tem dado passos largos no sentido de incluir os alunos na escola, com ou sem deficiência. O que é preciso agora é ter uma educação inclusiva de qualidade, que pressupõe ter professores capacitados e escolas adaptadas, defende o especialista Gilvan Victor dos Santos.

Doutor em educação especial pela Universidade do Minho e professor na Universidade Federal de Sergipe no Brasil, Gilvan dos Santos faz parte da Rede Nacional de Campanha de Educação para Todos de Cabo Verde.

“Acredito que o que precisa ser feito agora é cobrar uma educação inclusiva de qualidade. Ou seja, ter professores capacitados, escolas adaptadas. Aqui o que nós temos é uma inclusão, ou seja a escola forma o aluno da mesma forma que ela forma o com ou sem deficiência, o de religião diferente ou não, uma escola para todos”, diz.

A formação de base dos professores não inclui cadeiras relacionadas com a educação inclusiva, mas o Ministério da Educação tem dado formações contínuas aos docentes. Gilvan Victor dos Santos, em entrevista à Rádio Morabeza, defende que a educação inclusiva tem que começar no pré-escolar, e diz que o país já deu grandes passos, principalmente através da universalização do pré-escolar. As universidades começam a perceber que é preciso adaptar-se.

Mas há um grande desafio pela frente.

“Acho que o principal desafio é a conscientização da importância de incluir. Acabar o egoísmo de achar que a inclusão é um favor – não é um favor que o Estado está a fazer, é um dever tanto do Estado em dar como da pessoa receber essa inclusão, e uma educação inclusiva de forma efectiva e de qualidade”, defende.

A Rede Nacional de Campanha de Educação para Todos surgiu em 2008, com o objectivo de fazer a advocacia, defender e promover o direito à educação inclusiva e de qualidade para todos. António Teixeira, vice-presidente da organização, explica que o desafio continua, apesar de alguns avanços.

“Nós partimos de um cenário que não era nada bom para as pessoas que têm deficiência, já conseguimos alguns avanços mas ainda não alcançamos aquilo que nós desejamos. É todo um processo, não é algo que acontece de forma tão rápida. É um processo longo que exige tempo, investimento”, realça.

António Teixeira defende que a adequação das infra-estruturas escolares deve continuar, assim como a nível dos equipamentos pedagógicos, formação e capacitação de profissionais da educação. Outra questão prende-se com o investimento no sector, que a rede quer ver aumentado.

O papel da família é considerado importante em todo o processo.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,28 out 2019 14:38

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  29 out 2019 7:51

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