Isaías Barreto explica que o cabo de fibra óptica submarino Amílcar Cabral é importante porque dá aos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) a possibilidade de terem, a partir de Cabo Verde, acesso a conectividade com a Europa e também a América do Sul, através dos outros cabos que o país já possui.
“Este estudo, e este projecto, vai permitir desenvolver grandemente o sector das telecomunicações e tecnologias de informação na nossa sub-região e vai promover, de facto, a integração regional no sector das tecnologias de informação e comunicação”, manifestou.
Essa ligação é “fundamental” para a integração regional de Cabo Verde na sub-região", avalia o responsável da reguladora, que foi Comissário da CEDEAO para a área das TIC entre 2014 e 2018.
Isaías Barreto da Rosa avançou ainda que, com excepção do Senegal, os países da CEDEAO têm apenas uma ligação a cabo de fibra óptica submarino internacional.
“E é fundamental haver redundância, e é fundamental haver maior segurança”, acrescentou.
Além disso, este projecto é “particularmente importante” a nível nacional, pois todos os países da sub-região têm no mínimo duas ligações a outro país vizinho, mas não Cabo Verde.
Na mesma ocasião, o Director Geral das Telecomunicações e Economia Digital (DGTED), Aruna Handem, manifestou o desejo de que a validação do estudo seja rápido e se entre num processo de aceleração.
“Não há muito tempo para esperar para o aceleramento do processo da transformação digital, não somente de Cabo Verde, mas também da nossa sub-região”.
Durante o seu discurso, Aruna Handem revelou que Cabo Verde tem feito “várias coisas” em termos da transformação digital e que espera que esta posição geoestratégica seja aproveitada por todos os países vizinhos.
“Que o cabo Amílcar Cabral contribua para o desenvolvimento dos nossos países dentro de uma política de boa vizinhança”, finalizou.
O cabo submarino Amílcar Cabral irá ligar Cabo Verde a Guiné Bissau, Libéria, Guiné Conakri, Serra Leoa e com a possibilidade ainda de ligar a Gambia e Senegal. Essa iniciativa enquadra-se no âmbito do projecto de criação de um hub de conectividade em Cabo Verde e na estratégia regional de desenvolvimento da infra-estrutura de banda larga nos países da CEDEAO