A informação foi hoje avançada pelo administrador da Bolsa de Valores, Edney Cabral, à margem da Sessão Especial de Bolsa para Apuramento dos Resultados da Oferta Pública de Distribuição da venda dos 2,1% do capital Social da Enacol detida pelo Estado de Cabo Verde.
Conforme a mesma fonte, no processo de alienação houve 184 subscrições que traduziram em ordens que, em termos de quantidade, rondaram 122 mil acções. Cada acção, prosseguiu, tinha o preço de 3991 escudos e que portanto, em termos de receita para o Estado rondam os 87 mil contos.
“A maior parte das ordens dadas, do total de 184, foram sensivelmente 90% dos particulares e o balanço é positivo. Esta operação correu muito bem, a procura foi de 6 vezes mais do que a oferta”, destacou.
Edney Cabral acredita que esta operação possa servir de "despertar" dos particulares para a utilização da Bolsa de Valores como um “instrumento credível e transparente” de acesso ao financiamento e da diversificação da aplicação das poupanças das famílias cabo-verdianas. Em termos de liquidez, o administrador da Bolsa de Valores entende que irá “melhorar” o mercado secundário.
Da mesma forma, o representante do Estado, Sandeney Fernandes afirmou que, em termos de número, a venda das acções satisfaz o Estado, não do ponto de vista de receita, mas pelo efeito multiplicador que terá na economia.
“Estamos a dizer que as famílias a partir de agora, passam a ter um activo financeiro que é rentável, inclusive que tem uma taxa de retorno muito acima da média. Quer dizer que a cada ano económico as famílias estarão a contar com mais rendimento. É sobretudo aqui a motivação e o ganho maior do Estado”, garantiu.
Em Novembro deste ano, o Governo iniciou o processo de venda da participação de 2,1% que detinha na Enacol, avaliada em 21 mil contos (190.000 euros), representativa de 21.000 acções.
A empresa foi criada em 1979 e é participada em 48,3% pelo grupo português Galp, em 38,7% pela Sonangol Cabo Verde e em 10,9% por outros pequenos accionistas.