Rosana Almeida que discursava durante a abertura da aula magna “Violência em tempo de eleições”, na Assembleia Nacional, disse ainda que a violência política é um “problema sério” e que tem afectado muitas mulheres.
“A nossa meta é dotá-las de ferramentas, para que as nossas mulheres não tenham desculpas de seguir, sem hesitar, nos próximos actos eleitorais, que se avizinham. A lei da violência está aí, protegendo e defendendo as mulheres", disse. A esta junta-se "o observatório de género a ser montado com a CNE", que vai estar de "olhos postos em todo o processo".
"Vão todos trabalhar para que as mulheres façam essa caminhada sem hesitar e sem problemas de maior”, reiterou.
A hora é, conforme Rosana Almeida, de um pacto contra a violência para afastar todos os que recorrem à agressão verbal, psicológica e moral neste período. Porque, continuou, nenhuma acção justifica a violência e nenhuma disputa política justificará o recurso à violência para afastar ou intimidar mulheres de se lançarem na vida política.
“A participação feminina na política é um direito fundamental que deve ser priorizado. O combate à violência na política, contra mulheres, não é uma questão partidária mas de defesa dos direitos humanos”, enfatizou.
Por seu turno a ministra de Família e Inclusão Social, Maritza Rosabal, destacou a importância da introdução, no programa do governo, da implementação do plano de cuidados.
O plano de cuidados, conforme explicou a governante, reconhece a carga desigual do trabalho das mulheres e reconhece que é preciso criar estruturas para que as mulheres possam estar em pé de igualdade com os homens.
Segundo a ministra, no espaço privado é onde “mais prevalecem” as diferenças de género, e “quase todas as mulheres” têm uma carga desigual de trabalho, o que é uma condicionante para aproveitarem as oportunidades.
“E o espaço público é o reflexo do espaço privado. Nós todas temos que trabalhar este âmbito privado, temos que educar essa nova geração neste sentimento de igualdade, neste reconhecimento da importância da igualdade, mas também criando condições para a equidade. Criar condições para a equidade é uma questão que tem que ser trabalhada desde o espaço público e neste caso, através de políticas públicas”, afirmou.
Enquadrada nas comemorações do Dia Internacional da Mulher, a conferência Violência em tempo de eleições, é uma Iniciativa promovida pelo ICIEG, com o objectivo de reunir mulheres eleitas (vereadoras e deputadas) dos municípios de Santiago.