A vice-presidente da JpD, Nadine Tavares, informou, em conferência de imprensa, que no âmbito do Programa Extraordinário de Apoio Pontual aos Finalistas (PEAP), levado a cabo pela Fundação Cabo-verdiana de Acção Social e Escolar (Ficase) em 2018 e 2019, ficou acordada uma assunção tripartida da dívida de estudantes finalistas das Instituições do Ensino Superior, com dificuldades em pagar as propinas.
Com este acordo, a Ficase assumiria 60% das dívidas, as Instituições de Ensino Superior 20% e os estudantes 20%.
Contudo, sublinhou, a JpD estranha e repudia a forma como a universidade pública vem tratando os beneficiários do programa.
Em causa, explicou, está o facto de a Ficase ter seleccionado 176 alunos recém-formados com propinas pendentes, e, por consequência com os certificados retidos, mas a Uni-CV apenas comparticipou com os 20% a 28 estudantes, sem apresentar critérios de escolha e negando dar continuidade ao acordo.
“Só no ano de 2019 a Uni-CV recebeu da Ficase a comparticipação de 12. 804.339 escudos e os 148 alunos ainda estão à espera da comparticipação da Uni-CV dos 20% que neste momento está a recusar e a exigir que os alunos façam pagamento dos 40% em dívida, (..)com o argumento de que ela não aceitou o acordo tripartido com a Ficase”, informou.
Neste sentido, a JpD pede esclarecimento à universidade pública sobre os critérios usados para fazer descontos a uns e recusar aos outros, uma situação que, afirmou, está a impossibilitar os recém-formados a participar em concursos e ingressar no mercado de trabalho.
Para a JpD, a Uni-CV como uma universidade pública, suportada pelos contribuintes cabo-verdianos, deveria dar o exemplo ou copiar nas universidades privadas que estão a honrar com o acordo.
“A reitora da universidade constantemente faz os seus discursos dizendo (…) que está a formar os jovens para o mercado nacional e que a universidade que dirige está a colaborar para que tenhamos quadros (..) para servir o país, mas a sua acção vem na contra-mão. Ela não está facilitando que esses jovens tenham certificado em mãos para poderem participar nos concursos”, condenou.
Nadine Tavares diz que a JpD já comunicou essa situação e que aguardam a resposta da universidade, uma vez que alguns alunos estão a fazer um “esforço”, ainda mais neste cenário de pandemia, para pagar as suas dívidas e ter o certificado de conclusão do curso.
De referir que, no âmbito PEAP, foram atribuídos apoios pontuais a um total de 442 estudantes finalistas com dívidas de propina pendentes, no montante de 39.613.662 escudos por forma a libertá-los para o mercado de trabalho.