Fundação Gulbenkian reforça diagnóstico do cancro da mama no HAN

PorExpresso das Ilhas,12 ago 2020 7:23

A Fundação Calouste Gulbenkian vai apoiar Cabo Vede no diagnóstico do cancro de mama, com a doação de um equipamento e consumíveis enviados para o Hospital Agostinho Neto.

Segundo nota da Fundação, o material oferecido vai permitir a realização de até 300 biópsias mamárias (e outras) por agulha grossa (Core Biopsy).

De acordo com o Hospital, o material vai permitir melhorar a qualidade e segurança dos procedimentos pois é realizado em regime de ambulatório com anestesia local, ao contrário da biópsia excisional, método mais invasivo”, lê-se ainda na nota.

Este apoio insere-se no projecto de melhoria do diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas em Cabo Verde, criado pela Fundação em 2018.

O projecto, que se insere no Plano estratégico nacional de controlo do cancro 2018-2022 de Cabo Verde prevê, além do reforço do equipamento clínico especializado, a realização de estágios de formação de profissionais de saúde de Cabo Verde em Portugal e de profissionais formados localmente em Cabo Verde, por profissionais de saúde portugueses.

Conta ainda com a assistência técnica de destacadas instituições portuguesas ligadas e visa, conforme apresentado aquando da sua criação “contribuir para a melhoria dos cuidados de saúde na área da oncologia, com impacto expectável no prognóstico das doenças oncológicas”, através de iniciativas orçadas em mais de 170 mil contos.

Devido à pandemia pela Covid-19 e restrições impostas, a mobilidade entre profissionais tem estado suspensa e as actividades têm sido realizadas a distância, avança ainda a nota enviada esta terça-feira.

Cancro de mama é o que mais mata em Cabo Verde

A implementação do projecto de melhoria do diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas em Cabo Verde foi antecedida por um projecto piloto, da responsabilidade do Ministério da Saúde e também apoiado pelo UNFPA: o “Rastreio de base populacional do cancro do colo do útero em Cabo Verde”. O rastreio decorreu 2016/2017, sendo que até 2016, de acordo com as estatísticas da saúde, o cancro do colo do útero era o que mais cabo-verdianas matava por ano.

Entretanto, os dados mostram que a partir de 2016, contrariando uma tendência de menos mortes por problemas oncológicos, o cancro de mama houve um aumento de mortalidade.

Este cancro tornou-se o que mais óbitos femininos provoca por ano. A principal razão, apontada por vários especialistas cabo-verdianos, terá a ver com o diagnóstico tardio do cancro de mama. 

Em finais do ano passado, a médica anatomopatologista e coordenadora do Programa Nacional da Prevenção e Controlo do Cancro, Carla Barbosa destacava ao Expresso das ilhas a necessidade de generalizar a core biopsy, já então usada no Hospital Batista de Sousa, mas que no Hospital Agostinho Neto apenas é aplicada em casos de dúvida, quando que “a biopsia aspirativa não é conclusiva”.

“É importante ter este exame por agulha grossa porque dá maior especificidade do exame”, explicou. Na altura, avançou a médica que ainda em 2019 iria “para formação uma colega de imagiologia para fazer imagiologia de intervenção que nos vai permitir ampliar estes exames da core biopsy”, entre outros exames importantes “tanto para o diagnóstico como o tratamento do cancro da mama”.

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Autoria:Expresso das Ilhas,12 ago 2020 7:23

Editado porSara Almeida  em  26 mai 2021 23:21

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