As informações foram prestadas esta tarde pelo geofísico do INMG, Bruno Faria.
“Foi um evento isolado. Isso quer dizer que não foi detectado nenhuma outra réplica, e por isso não representa nenhum perigo para a população da ilha. Estamos a fazer a monitorização permanente”, garante.
O técnico refere que em Janeiro de 2018 foram registados, mas não sentidos, quatro eventos sísmicos exactamente no mesmo sítio, “mas nunca com uma magnitude tão elevada de 3.9” na escala de Richter.
“Da outra vez o máximo tinha sido 2.8. Isto há mais de dois anos e meio. Depois disso não houve mais nada”, aponta.
Questionado sobre o que representa este aumento de magnitude sísmica, o geofísico diz que a situação vai merecer um estudo, o que pode levar algum tempo, para se saber porque é que aconteceu o sismo e o aumento da sua magnitude.
“Nomeadamente é preciso fazer um levantamento batimétrico, ou seja, estudar com precisão a profundidade do mar naquela zona para ver se não há ‘nenhum defeito sismológico naquela zona. Isso vai demorar algum tempo. Do imediato só se pode formular hipóteses, e há muitas hipóteses que não convém citá-las neste momento“, explica.
Bruno Faria realça que o número de sismos registados naquela zona na ilha do Sal não permite chegar a uma conclusão definitiva. O especialista recorda que o fenómeno aconteceu numa zona com uma profundidade do mar de cerca de 4 mil metros, o que torna o acesso difícil.
Na ilha Brava, o técnico do INMG recorda que são registados pelo menos 10 abalos sísmicos todos os dias, muitas vezes não sentidos, mas nada de preocupante, “porque é a normalidade da ilha”.
Relativamente à ilha do Fogo, cuja última erupção vulcânica aconteceu em 2014, Bruno Faria diz que “a ilha tem estado com um comportamento muito esquisito, de altos e baixos, mas isto não é novidade porque é um vulcão que tem a sua vida”.