COVID-19 : “Número de casos no país ainda não está a diminuir”

PorDulcina Mendes,17 set 2020 13:19

O Director Nacional de Saúde, Artur Correia afirmou que ainda não há uma diminuição do número de casos quando Cabo Verde está quase a chegar aos 5 mil casos. COVID-19, em seis meses, causou 46 vítimas mortais.  

O Director Nacional de Saúde disse esta terça-feira que tem esperança que o número de casos de COVID-19 comece a baixar no país.

“Ainda não chegamos lá, mas estou esperançoso que vamos chegar, mas isso não depende só da minha esperança, mas de toda a actividade que estamos a fazer em termos da saúde e que esperamos que outros também o façam”, explica Artur Correia no balanço semanal realizado esta segunda-feira sobre a situação da doença em Cabo Verde.

Segundo o Director Nacional de Saúde, o factor crítico é o comportamento da população. “Não havendo o comportamento populacional à altura jamais esses números vão descer, por mais que as autoridades façam, corram atrás, realizem diagnóstico, se não houver comportamentos adequados por parte da população. Todas as pessoas já sabem o que devem fazer para que a diminuição aconteça”.

Artur Correia avançou ainda que a tendência é haver cada vez mais desconfinamento das pessoas porque o país e a economia têm que funcionar, mas isso tem que ser associado ao comportamento de todos, para evitar contactos próximos, aglomeração, usar máscaras sempre, sobretudo quando se saia à rua e evitar espaços fechados.

“Se a população fizer tudo isso, certeza absoluta que os números vão baixar. As pessoas que estão em quarentena ou em isolamento domiciliar devem cumprir todas as recomendações das autoridades sanitárias”, indica.

E sublinhou que já se começou a reforçar a vigilância no acompanhamento das pessoas que estão em isolamento domiciliar e, caso detectarem que essas pessoas não estão a cumprir, irão tomar medidas e uma delas é o internamento imediato a nível institucional.

Risco de contaminação é igual para todos

Já a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Lima, sublinhou que o risco de contaminação é igual para todos. “Um diabético e um hipertenso não tem mais probabilidade de apanhar infecção por causa dessas doenças do que os outros. Essa probabilidade é igual para todos, independentemente da idade”.

Nesse sentido, frisou que a prevenção tem que ser a melhor arma, “as vezes as pessoas fazem confusão porque não se sentem doentes, então podem negar a doença. As pessoas podem estar infectadas e não sentirem que estão doentes, mas com a infecção podem transmitem a doença”.

Maria da Luz Lima avançou ainda que as pessoas assintomáticas têm um risco de transmissão muito elevado, “maior percentagem de infecção é nos assintomáticos, de todos os exames feitos mais de 70% são de pessoas assintomáticas, ou seja, não têm sintomas, aparentemente sentem-se bem, mas estão infectados e a contribuir para a propagação da doença”.

Balanço

Nas últimas quatro semanas, conforme Artur Correia, o número de casos no país rondou os 378, 462, 491 e 181.

A Praia continua a ser o principal foco de transmissão da doença no país.

A ilha do Fogo conta, desde terça-feira, com um laboratório de virologia instalado na cidade de São Filipe, conforme avançou o director do Hospital Regional São Francisco de Assis, Evandro Monteiro à Inforpress, o que vai possibilitar a realização dos testes PCR às amostras da ilha.

Segundo o boletim desta terça-feira, o país contabiliza até este momento 562 casos activos, 4.294 recuperados, 46 óbitos, dois transferidos e um total de 4904 casos positivos acumulados de COVID-19.

A nível mundial, a pandemia da COVID-19 já provocou pelo menos 929.391 mortos e mais de 29,3 milhões de casos de infecção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 981 de 16 de Setembro de 2020.

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Autoria:Dulcina Mendes,17 set 2020 13:19

Editado porSara Almeida  em  27 jun 2021 23:21

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