A informação foi avançada pela TCV na noite desta quinta-feira: 10 corpos foram encontrados na costa e no mar junto a Pedra de Lume, no Sal. Quatro foram, segundo a televisão pública, resgatados na costa, na zona de Água Doce, enquanto os restantes seis foram encontrados a boiar no mar.
A mesma fonte adianta que os corpos são de emigrantes que naufragaram naquela zona do oceano Atlântico.
O resgate dos seis corpos encontrados no mar não tinha sido possível porque, segundo explicou a delegada do Instituto Marítimo Portuário do Sal, Samira Gomes, à TCV, aquela é uma zona de difícil acesso e por causa da agitação do mar.
"Estivemos lá a fazer buscas porque tínhamos informações das pessoas que vinham naquela embarcação que havia pessoas que estavam no mar. Mas por ser uma zona de difícil acesso e também por causa da ondulação" os corpos não foram retirados do mar. Ao final da tarde desta quinta-feira as autoridades prcuravam ainda uma forma de conseguir fazer, em segurança, a operação de resgate dos seis corpos.
De recordar que esta semana uma piroga encalhou na zona de Pedra de Lume trazendo a bordo 66 pessoas dos quais três eram menores. O grupo, que tinha Espanha por destino, terá partido de Mbour (Senegal), mas veio parar ao Sal devido a uma avaria do motor da embarcação. A canoa ficou ao sabor da corrente marítima, que a desviou da sua rota, segundo informações das autoridades locais.
Seis dos 66 indivíduos conseguiram chegar a terra, à localidade de Pedra de Lume, e pedir ajuda à população, que accionou a polícia. Ainda de acordo com as autoridades, a operação de resgate foi accionada de imediato após o alerta.
Segundo a TCV um dos 66 passageiros que estavam a bordo da embarcação acabou por morrer no Hospital Ramiro Figueira devido a "desidratação severa, desnutrição e outras complicações". Quatro pessoas ainda estão hospitalizadas.
As chegadas de migrantes às Canárias duplicaram desde 15 de Outubro de acordo com os números disponíveis.
Até meados deste mês, os dados totais do ano apontavam para 8.102 migrantes chegados ao arquipélago espanhol.
Desde então, o número já subiu para 17.411 pessoas.
Na sequência do surgimento destes corpos o primeiro ministro garantiu que o governo está a acompanhar a situação.
“Acompanhamos e tomamos as medidas. Não tememos que haja, de facto, situações fora do controle. Aconteceu assim, como acontece um bocado por várias partes do mundo”, disse Ulisses Correia e Silva aos jornalistas à margem da cerimónia de apresentação pública da instalação da embaixada de Cabo Verde na Guiné-Bissau, realizada no Palácio do Governo.
O primeiro-ministro afirmou que o Governo tem tomado as medidas que devem ser tomadas relativamente a estes casos.
“Não posso dizer em termos de pormenores, mas o primeiro é fazer a sua integração em termos de acolhimento e depois tomar as decisões que se impõem”, disse.