DGPCP garante que terreno objecto da permuta, na Boa Vista, é de propriedade exclusiva do Estado

PorSheilla Ribeiro,12 mar 2021 13:12

João Tomar
João Tomar

O director-geral do Património, João Tomar, garantiu que não existem dúvidas de que o terreno objecto da permuta, na Boa Vista, é de propriedade exclusiva do Estado e reiterou que a gestão do Património do Estado é inclusiva e tratada de forma igualitária em todos os municípios do país.

João Tomar falava hoje em conferência de imprensa na sequência das declarações do presidente da Câmara Municipal da Boa Vista sobre a Resolução de Conselho de Ministros número 24/2021 de 25 de Fevereiro.

“A Resolução de Conselho de Ministros número 24/2021, resultou de um trabalho sério e ponderado e que verificou todos os preceitos legais e enquadrado no Programa do Governo e na visão clara e transparente da gestão do Património do Estado”, proferiu.

Conforme explicou, a permuta autorizada pela resolução tem como objectivo a disponibilização ao Estado 5.929 metros quadrados numa zona completamente infra-estruturada, com vias de acesso, redes de saneamento, electricidade, água e telecomunicações, para a construção de um edifício que albergue o Departamento de Investigação Criminal da ilha de São Vicente.

Um outro objectivo, prosseguiu, é disponibilizar à IFH um terreno com 54.839 metros quadrados em Sal Rei, que será urbanizado pela referida empresa.

“Ou seja, é responsabilidade desta, providenciar vias de acesso, redes de saneamento, electricidade, água e telecomunicações, praças, etc., e que no final disponibilizará ao Estado, 10% dos lotes urbanizados que poderão ser utilizados tanto pelo próprio Estado como pelo Município”, explanou.

João Tomar afirmou ainda que é do conhecimento da Câmara Municipal da Boa Vista que segundo o PDM do município, a taxa de ocupação é de apenas 30%. Ou seja, da área total transferida à IFH apenas 16.451 metros quadrados podem ser destinados a lotes, sendo que todos os investimentos para infra-estruturação dos lotes é da responsabilidade da IFH.

Segundo o director-geral do Património, o negócio agora autorizado, vai resultar em outros ganhos indirectos para o município, como sejam a dinâmica na construção civil, a disponibilização de mais empregos e o aumento de receitas para a própria Câmara através da concessão de licenças ou cobrança de impostos.

“A ilha da Boa Vista é uma ilha totalmente cadastrada, com limites claros das propriedades, sejam elas do Estado, do Município ou de particulares, sendo que não existem dúvidas de que o terreno objecto da permuta é de propriedade exclusiva do Estado”, referiu.

João Tomar declarou que existem mais terrenos do Estado na ilha da Boa Vista que podem ser transferidos para o Município, desde que haja interesse e um programa e planos claramente definidos pela Câmara Municipal. Reiterou ainda que a gestão do Património do Estado é inclusiva, e trata de forma igualitária todos os municípios do país.

Na ocasião, Tomar apontou ainda que ao município da Boa Vista, foram transferidos a titularidade de direito de propriedade dos terrenos dos perímetros das áreas urbanas e periurbanas e dos aglomerados populacionais, numa área total de 159 hectares. Mais de 1,5 milhões de metros quadrados, conforme Despacho nº 7/2020 de 17 de Fevereiro.

É de referir que na passada quinta-feira, o presidente da Câmara Municipal da Boa Vista denunciou, em conferência de imprensa, que a permuta de um terreno da ilha com a IFH em São Vicente lesa os interesses do poder local instituído e que viola “nitidamente” as atribuições e competências das autarquias locais cabo-verdianas.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,12 mar 2021 13:12

Editado porSheilla Ribeiro  em  14 mar 2021 9:49

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