José Correia fez esta previsão em entrevista à Inforpress, no âmbito do 45º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas Cabo Verde – China, que se assinala a 25 deste mês, lembrando que a construção da primeira fase do Centro de Intercâmbio China – Cabo Verde (CICCV) teve início em 2019.
“Paramos a obra, mas três pisos já foram construídos e já retomamos os trabalhos de acabamento desta fase. Fizemos alguns ajustes na arquitectura do projecto, e pensamos que antes de Agosto deste ano iniciaremos as actividades nessa infra-estrutura”, precisou.
Segundo a mesma fonte, o CICCV é um projecto “importante” para a Amicachi sustentar a sua visão 2050 de trilhar caminhos sustentáveis para a continuidade e desenvolvimento da associação a longo prazo.
O objectivo, revelou, é fazer da Amicachi uma associação consolidada, com autonomia financeira e com estrutura de apoio próprio para as suas actividades, uma referência e uma plataforma da sociedade civil China – Cabo Verde – África.
O CICCV, que albergará a sede da Amicachi, vai desenvolver actividades relacionadas com a cultura, a formação, eventos, intercâmbio e gastronomia.
“Em termos de projectos, nós queremos explorar ainda mais a vertente cultura, estamos a desenvolver um projecto de Academia da Cultura da AMICACHI, no sentido de contribuir para o desenvolvimento da cultura em Cabo Verde, nomeadamente da nossa música e dança tradicional (como morna, funaná, batuque, Cola Sanjon, Talaia Baixo etc.), mas também criar uma ponte de diálogo entre a cultura cabo-verdiana e chinesa”, adiantou aquele responsável.
O desporto é outro dos sectores a explorar pela associação que ambiciona criar o AMICACHI Futebol Club, que terá uma academia e uma equipa sénior, com o objectivo de contribuir também para o desenvolvimento da modalidade no arquipélago.
Neste particular, José Correia adiantou que a expectativa é contribuir para que, antes de 2046, Cabo Verde consiga ser campeão de África nessa modalidade e participar com “bons resultados” no final do campeonato do mundo de 2046 e 2050.
“Mas, estamos cientes de que esta ambição terá que ser trabalhada juntamente com o Governo e estruturas ligadas ao futebol. A nível do desporto, também queremos explorar outras modalidades como Taiji, Kung Fu (artes marciais chinesas), ténis de mesa, etc.”, acrescentou.
Segundo José Correia, a Amicachi tem vários parceiros, entre os quais os Governos de Cabo Verde e da China, as empresas, as universidades, as associações e várias outras instituições nos dois países.
A associação foi fundada há cerca de 10 anos, por ex-estudantes de Cabo Verde na China, e tem como missão promover as relações entre os dois países, de forma complementar à cooperação governamental, bem como contribuir para o desenvolvimento de Cabo Verde.
A sua visão é ser uma plataforma da sociedade civil para promoção de boas relações entre Cabo Verde e a China. A associação actua principalmente nas áreas da diplomacia da sociedade civil, cultura e desporto, educação, económico-empresarial e comunidades (comunidade chinesa em Cabo Verde e comunidade cabo-verdiana na China).