A coordenadora da campanha da Biosfera de protecção de tartarugas marinhas em São Vicente, Isabel Rodrigues, confirmou à Inforpress que já estão no terreno desde 14 de Junho, mas foi desde o início de Julho que intensificaram as actividades devido a suspeitas de captura de tartarugas.
“Tivemos a necessidade de ir mais vezes às praias, porque os voluntários deram-nos conta de vestígios que indicavam apanha de tartaruga e por isso agora temos ido todos os dias com quatro grupos”, explicou a mesma fonte, referindo-se ao controlo feito diariamente nas praias de Calhau, Praia Grande, Norte de Baía e Praia do Meio, mas também outras como Sandy Beach, Palha Carga e Calheta onde têm ido uma vez por semana para contar ninhos.
Isabel Rodrigues afirmou já estarem contabilizados até agora 172 ninhos e 205 rastos de tartaruga registados através do trabalho de 18 voluntários.
A maioria desta actividade, conforme a responsável da Biosfera, dá-se na Praia Grande, como já é habitual e que tem neste momento 108 ninhos. Daí, o alerta para os banhistas, que tem frequentado muito esta praia, até passeando com carros no areal de noite.
“Este é um dos problemas que temos na Praia Grande, e seria interessante se a partir das 17h00 não houvesse mais movimento ali, porque os carros podem passar por cima dos ninhos e as luzes brancas dos carros desorientam as tartarugas, que podem até voltar para o mar”, sublinhou a técnica, para quem “seria bom” se houvesse também alguma restrição dessa praia no período de desova de tartaruga, que vai de Junho a Outubro.
Além das “ameaças” humanas, com captura e perturbação, a época de desova está a ser dificultada, disse, por ataques de cães selvagens aos ninhos e a tartarugas e que poderá aumentar com o “pique” registado normalmente no mês de Agosto.