Jorge Maurício reagia, em declarações à Inforpress no Mindelo, às críticas que vêm sendo feitas nos últimos dias sobre atrasos e viagens canceladas, principalmente para as ilhas de Sal e São Nicolau.
“Mas, se repararmos, nos últimos dois meses, Julho e Agosto, a Cabo Verde Interilhas já transportou mais de 120 mil passageiros, o que corresponde a mais de 1.700 viagens de aviões ATR”, sustentou à mesma fonte, para quem isto “não pode ser descurado”.
O vice-presidente do Grupo ETE acrescentou que a empresa tem feito tudo para cumprir, inclusive, com a tripulação que “não tem parado” e com “condições muito difíceis” para cumprir o descanso diário e com navios a “trabalhar sem parar”.
“Temos tudo feito para que haja a ligação efectiva em Cabo Verde”, advogou Jorge Maurício, adiantando ainda que muitas vezes há atrasos, mas que advém de “todo o sistema”.
Quanto a avarias, como a do navio Interilhas, que não permitiu a viagem de passageiros de São Vicente para Sal e São Nicolau no último sábado, 21, o responsável da CV Interilhas diz que são “normais” e não podem ser previstas.
Jorge Maurício confirmou que a viagem só poderá ser reposta nesta segunda-feira, 30, mas desde o início da semana três barcos escalaram Sal e São Nicolau.
“Compreendemos que o cancelamento de viagens perturbe o planeamento das pessoas e não ficámos satisfeitos, mas são coisas de força maior”, asseverou o gestor, admitindo que não podem tirar navios de uma rota para cobrir.
Como exemplo, falou da possibilidade levantada por passageiros de se deslocar o navio Chiquinho, que cobre neste momento São Vicente/Santo Antão, para a ilha de São Nicolau, o que implicaria, ajuntou, deixar descoberto uma linha que tem “mais de 50 por cento (%) do tráfego nacional”.
Por outro lado, segundo a mesma fonte, não é possível ter um navio suplente para estas eventuais situações.
“Não se consegue ter um navio parado a pagar quatro ou cinco mil euros diários de afretamento ou de despesa fixa, para quando houver uma avaria, portanto, não é uma situação tão fácil”, afiançou.
Jorge Maurício prognosticou, por outro lado, que em Setembro já haverá condições para o novo navio Dona Tututa começar a operar, este mesmo navio que recebeu nesta sexta-feira, 27, a visita da sociedade classificadora American Bureau of Shipping, com quem a CV Interilhas vai trabalhar nos próximos dias.
Depois disso, acrescentou, vão ser feitos os procedimentos para o licenciamento interno, um processo que “não depende só da CV Interilhas”.