“O momento, de profunda consternação, mais do que declarações, exige de todos, medidas e acções concretas e pulso firme que permita agir em conformidade com a gravidade dos actos cometidos”, refere em comunicado, o Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG).
A instituição, que expressa os seus sentimentos às famílias enlutadas, e coloca-se à disposição das mesmas, em tudo aquilo que for considerado necessário, lembra que esteve durante esta última semana, com uma equipa na ilha do Fogo, promovendo conversas abertas nas escolas secundárias de São Filipe, Cova Figueira e Mosteiros.
Durante o encontro, salienta a nota, foram abordados temas como a violência no namoro, a violência baseada no género, masculinidades positivas e ainda gravidez na adolescência, no âmbito da campanha “Adolesénsia Primeru, Gravidês dipôs” (Adolescência primeiro, gravidez depois).
A mesma fonte informa ainda que no âmbito desta iniciativa, o ICIEG alcançou já 600 estudantes, acreditando que a escola, junto com as famílias, tem o papel essencial para a mudança de atitudes e desnaturalização da violência na nossa sociedade.
O comunicado, assinado pela presidente, Marisa Carvalho, realça, por outro lado, que a deslocação ao terreno permitiu ainda estreitar laços com os parceiros locais, nomeadamente o Ministério da Educação, as associações locais, câmaras municipais e Polícia Nacional.
Informa ainda que está prevista a deslocação, esta semana que se inicia, de uma equipa do ICIEG à ilha do Sal, onde além do acompanhamento detalhado dos casos ocorridos, se realizarão reuniões de trabalho com os parceiros locais, com vista a se traçarem medidas concertadas e concretas de actuação no terreno.
Na quinta-feira, uma criança de 13 anos, que respondia por Eliane Sofia Silva Pinto, foi encontrada morta, na zona do Monte Leão, na ilha do Sal, depois de ter sido, supostamente, abusada sexualmente.
Na noite de sexta-feira, também na ilha do Sal, uma jovem de 25 anos matou o companheiro com um golpe de faca na região do pescoço, após desentendimento entre os dois, segundo fonte policial.
Nos Mosteiros, um agente policial terá matado este domingo, a tiro, a sua esposa com quem estava casado há cerca de um ano. O suspeito, segundo a Polícia Nacional, encontra-se detido e será apresentado oportunamente às autoridades judiciais, dentro do prazo de 48 horas.